"São reivindicações já com algum tempo e temos vindo a observar e a sentir situações muito problemáticas, algumas delas até dramáticas, devido à degradação do Serviço Nacional de Saúde, com consequências que todos conhecemos", afirmou hoje à agência Lusa Rui Eugénio, da Comissão de Utentes de Beja (CUB).

A ação de protesto arranca com uma concentração, às 10:00, nas Portas de Mértola, no centro da cidade alentejana, seguindo-se uma marcha até à entrada principal do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja.

Rui Eugénio disse que a iniciativa pretende "sensibilizar a população" e, ao mesmo tempo, alertar os governantes do país para "as péssimas condições" em que se encontram os serviços de saúde "da cidade, concelho e distrito".

"Vamos juntar vozes de protesto para exigir a construção da segunda fase do Hospital José Joaquim Fernandes e a contratação de mais médicos, sobretudo, nas especialidades onde há carência", sublinhou.

O porta-voz da CUB reclamou também o "reforço do quadro de enfermeiros e de auxiliares", assim como "mais investimento na parte dos equipamentos de diagnóstico".

Mas os problemas "são mais abrangentes" e não se verificam apenas na unidade hospitalar da cidade, advertiu, salientando que os centros de saúde têm "falta de médicos de família" e "as taxas moderadoras" também criam dificuldades, porque há quem "não tenha condições para as suportar".

Na semana passada foi tornado público o caso de um homem que morreu após esperar mais de três horas para ser atendido por um médico na urgência do hospital de Beja.

Contactado pela Lusa na altura, o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, que gere o hospital de Beja, lamentou a morte do homem e informou que foi aberto, no dia 05 deste mês, "um processo de inquérito para esclarecer a situação", não tendo sido ainda divulgados resultados.