Um novo mamógrafo digital, orçado em 92 mil euros e adquirido através de uma campanha de angariação de fundos, começa a funcionar esta quinta-feira no hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo.
A campanha de angariação de fundos para a aquisição do mamógrafo foi lançada em abril pela Liga dos Amigos do hospital de Viana do Castelo (LAHVC).
Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente da LAHV, Defensor Moura, disse que o novo mamógrafo foi instalado na terça-feira no serviço de radiologia do hospital de Santa Luzia, na capital do Alto Minho.
"Hoje será ministrada formação aos profissionais e serão realizados alguns ensaios. Na quinta-feira começará a funcionar, quatro dias antes de fazer dois meses sobre o arranque da campanha de angariação de fundos", destacou Defensor Moura.
O médico especialista em medicina interna, já reformado, antigo presidente da Câmara de Viana do Castelo e fundador da Liga acrescentou que "o preço final do equipamento é de 92.500 euros".
"Já pagámos 46.250 euros. Temos de pagar igual montante até 30 de novembro, sendo necessário continuar a receber donativos", referiu, manifestando-se "confiante" no sucesso da campanha de angariação de fundos.
Em maio, a LAHV chegou a "acordo com a empresa fornecedora do aparelho para pagar um montante total de 92.500 euros", divididos em três pagamentos: "25% com a encomenda, mais 25% quando o mamógrafo estiver instalado e a funcionar, e os restantes 50% até final de novembro", indicou Defensor de Moura.
Nessa altura, a LAHVC já tinha recolhido "donativos suficientes para pagar 50% do custo do aparelho".
O novo equipamento vem substituir um existente na unidade, que "avaria com frequência", causando "adiamentos de mamografias e de intervenções cirúrgicas programadas, com nefastas consequências para o equilíbrio psicológico das doentes".
O novo aparelho de mamografia digital, com estereotaxia, "evitará que, todos os anos, mais de 100 mulheres tenham de se deslocar a hospitais ou centro privados no Porto para a realização de biopsias e colocação do arpão de localização pré-operatória dos tumores da mama".
A Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM) é constituída por dois hospitais, o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima.
Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente superior a 244 mil pessoas, contando com 2.500 profissionais, entre os quais 501 médicos e 892 enfermeiros.
Defensor Moura realçou que a verba até agora recolhida resultou de "doações de muitas dezenas de beneméritos, cidadãos, empresas e até uma instituição bancária, com montantes que variam desde alguns euros a alguns milhares de euros".
Defensor Moura reforçou que a campanha de angariação de fundos continua a decorrer para recolher o montante necessário ao pagamento integral do equipamento.
O médico salientou que "Portugal está entre os países que têm mais elevadas taxas de sobrevivência na Europa e, em Viana do Castelo, as mulheres têm a mesma elevada expectativa de sobreviver ao cancro da mama".
"Para atingir esse objetivo, as mulheres vianenses sofrem muito mais incómodos durante as frequentes viagens que têm de fazer ao Porto e a Braga, muitas vezes com enorme sofrimento físico e psicológico", especificou.
Para Defensor Moura, "algumas dessas viagens são inevitáveis, como por exemplo para efetuarem radioterapia, pelo facto de o distrito não atingir, atualmente, o número de habitantes requerido para a instalação desse meio de tratamento".
Constituída há 38 anos, a Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo já ofereceu "múltiplos equipamentos técnicos aos serviços de urgência, de cirurgia, medicina, cardiologia, pneumologia, obstetrícia, pediatria e imuno-hemoterapia".
A Liga, formalmente constituída em 1981, tem na promoção da dádiva de sangue e no apoio direto aos doentes as suas principais áreas de atividade.