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Covid-19: Centeno admite impacto na zona euro mas espera que seja temporário

LUSA
17-02-2020 15:41h

O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, admitiu hoje impactos do novo coronavírus na economia da zona euro, que ainda não são contabilizáveis, mas adiantou esperar que estes efeitos sejam “temporários”.

“Temos estado a monitorizar isso e esperamos que [o Covid-19] tenha efeitos temporários”, declarou o responsável português, falando aos jornalistas à entrada para uma reunião do Eurogrupo, em Bruxelas.

Em declarações prestadas à imprensa, Mário Centeno acrescentou: “Devemos estar preocupados, mas também temos de considerar as perspetivas de crescimento a longo prazo da zona euro”.

Na reunião dos ministros das Finanças da zona euro serão debatidas as previsões económicas intercalares de inverno da Comissão Europeia, nas quais o executivo comunitário manteve a estimativa de crescimento da economia da zona euro em 1,2% este ano e 2021, após consecutivas revisões em baixa, estabilização que atribui às repercussões económicas do novo coronavírus, contrabalançadas com melhorias no emprego.

Nessas previsões, apresentadas na quinta-feira, a Comissão Europeia projeta um “crescimento constante e moderado” de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2021 na área do euro, mantendo as anteriores projeções do outono do ano passado.

Porém, aponta como um dos principais fatores externos desfavoráveis o surto do novo coronavírus, que está a gerar “incertezas sobre as perspetivas de curto prazo da economia chinesa e sobre o grau de rutura nas fronteiras num momento em que a atividade de manufatura a nível global permanece em níveis cíclicos baixos”, de acordo com o documento.

Também nesse dia, em conferência de imprensa, o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, afirmou ser “muito difícil” prever o impacto do novo coronavírus na economia europeia, afirmando que isso depende da duração e da dimensão do surto, mas admitiu preocupação, dada a importância da China a nível mundial.

O coronavírus Covid-19 provocou 1.775 mortos e infetou cerca de 71.300 pessoas a nível mundial.

A maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detetada no final de 2019.

Além de 1.770 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

Já houve em Portugal outros oito casos suspeitos, que não se confirmaram.

Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, há 45 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

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