A Fundação Esperança e os Anjos, no Canadá lançou no domingo um novo programa de angariação de fundos, que anualmente vai ajudar uma criança angolana que sofra de uma doença de longa duração.
O projeto, batizado por “Cláudia”, vai na primeira edição ajudar uma menina de Luanda de 12 anos, com o mesmo nome, com meningite, mobilidade reduzida e afasia.
"Temos várias doenças endémicas em Angola, tais como a malária, a febre tifoide, o VIH, são estas doenças difíceis de serem curadas", disse à Lusa Esperança Alfico, de 52 anos, fundadora da Fundação Esperança e os Anjos.
O programa foi apresentado no domingo à noite, numa festa de angariação de fundos, em Toronto, e que reuniu dezenas de angolanos.
A enfermeira natural de Luanda, no Canadá há 17 anos, justificou que em Angola há famílias que vivem abaixo da linha da pobreza com um rendimento mensal de 20 dólares canadianos (14 euros) e que "não têm capacidade de adquirirem medicamentos" ou para "comprarem alimentos para conseguirem ter uma alimentação condigna".
A Fundação Esperança e os Anjos foi criada em 2014, mas constituída oficialmente em 2019, com o objetivo de "minimizar a pobreza destas famílias".
No ano inaugural, o objetivo do projeto “Cláudia” pretende angariar cerca de 500 kwanzas (922 euros) para a família da menina, mas a partir de 2021, a instituição pretende ir mais longe, tentando atingir o marco de um milhão de kwanzas (1.845 euros), que será distribuído a uma família angolana que tenha a seu cargo uma criança que padeça de uma doença grave.
"A partir deste momento vamos selecionar candidatos através deste projeto denominado por “Cláudia”, uma família abaixo da linha de pobreza, que tenha uma criança que padeça de uma doença de longa duração", afirmou Marco Aragão, de 50 anos, o diretor de programas da fundação.
O engenheiro civil oriundo de Luanda, no Canadá há 19 anos, destacou que foi graças ao “apelo e coragem" da família de Cláudia, a menina com meningite, que "vão poder ajudar outras crianças com o mesmo problema ou outras doenças graves".
"Não vamos resolver o problema na totalidade, vamos apenas ser uma gota no oceano. O mais importante é esta mensagem que vamos passar para a sociedade. Se cada angolano contribuir com a sua parte, penso que vamos amenizar esses problemas", acrescentou.
A Fundação Esperança e os Anjos está atualmente a apoiar 67 crianças localizadas na Missão Católica da Mupa (Cunene) e desde agosto de 2017 também presta assistência através de um programa comunitário de 57 crianças nos bairros suburbanos de Luanda, na Fubá, município de Belas, "uma área com crianças muito necessitadas".
Além da Mupa (Cunene) e em Belas e Viana (Luanda), a organização também presta assistência a crianças da província da Huíla.