“O objetivo é, em 2022, prepararmos 2023, o ano em que não serão 165 dias mais sim 365 dias no Porto Santo”, afirmou Pedro Ramos numa conferência de imprensa destinada a apresentar o balanço da atuação da EMIR nos períodos em que desloca uma equipa para aquela ilha.

Atualmente, a presença desta equipa acontece nos dois períodos de maior afluência de visitantes, nomeadamente, no inverno (janeiro, fevereiro e durante a semana da Páscoa) e no verão (de junho e setembro).

O responsável pelo setor da Saúde e Proteção Civil da Madeira explicou que “2022 será o ano para a formação dos profissionais e melhorar as coisas que vão aparecer quando começar a ser pensado o novo modelo de atuação no Porto Santo”.

“O Porto Santo vai crescer, vai ter um crescimento que se quer sustentável e ter cada vez mais população”, realçou, mencionando que, em 2020, em contexto de pandemia, a ilha teve cerca de 4.000 residentes e, “nos três meses de verão deste ano quase 40 mil”.

Pedro Ramos argumentou que, “se há mais gente, há a possibilidade de haver mais acontecimentos” em que as forças de segurança e de socorro são chamadas a intervir.

Por isso, a aposta é, em “2023, dar inicio à cobertura total” da ilha com a presença da EMIR, o que “vai coincidir com surgimento da nova unidade de saúde no Porto Santo”, destacou

O médico também apontou que “a missão no Porto Santo, num ano de pandemia da covid-19, foi mais exigente e absorvente, não só na área do socorro articulado e diferenciado, mas também no centro de saúde”.

E acrescentou que “houve missões adicionais, colaborando na vacinação, testagem massiva, rastreios dos aeroportos, e dando resposta ao Serviço Regional de Saúde na área da realização de intervenções cirúrgicas menores”.

Em termos de dados, a EMIR registou, este ano um total de 381 intervenções no Porto Santo, o que representa mais 133 ações em comparação com 2020.

Os médicos e enfermeiros afetos a esta equipa estiveram 165 dias no Porto Santo, o que representa 45% de cobertura anual.

Das 381 ocorrências registadas, 114 ocorreram no período de janeiro, fevereiro e Páscoa, tendo as outras 267 sido reportadas nos meses de verão.

Questionado à margem do evento sobre o aumento de casos de covid-19 na Madeira, Pedro Ramos reafirmou ser uma situação “expectável” e que acontece a nível mundial.

“Uma coisa são casos covid-19 e outra são doentes infetados, o que não está a acontecer na região”, argumentou, assegurando que a Madeira “tem somado situações na comunidade, mas não de grande gravidade a nível hospitalar”.

O responsável mencionou que as últimas duas mortes associadas à infeção por SARS-CoV-2 ocorridas na região foram duas pessoas que optaram por não se vacinar, apelando a que as pessoas se protejam porque “a vacinação é a arma que tem feito a diferença”.

Ainda recordou que este fim de semana a Autoridade Regional das Atividades Económicas (ARAE) semana vai estar “em atividade acrescida para monitorizar e fiscalizar os espaços de diversão noturna”, admitindo que alguns que não têm cumprido com as orientações, nomeadamente a exigência de testes rápidos e vacinação.

De acordo com os últimos dados divulgados na quinta-feira pela Direção Regional de Saúde, a Madeira reportou nesse dia 51 novos casos e 355 situações ativas.