Pelos menos 114 pessoas, nomeadamente 42 angolanos, 70 chineses, um brasileiro e um marfinense, provenientes da China, estão em quarentena em dois centros de Luanda para controlo médico sobre possível contaminação pelo novo coronavírus, foi hoje anunciado.
Segundo o inspetor-geral de Saúde angolano, Miguel de Oliveira, medidas de quarentena estão a ser implementadas no país em função de um comunicado do Governo de 06 de fevereiro, garantindo que o país não registou casos positivos.
Em conferência de imprensa, hoje, na sede do Ministério da Saúde, em Luanda, o responsável disse que os dois centros, localizados nas regiões de Calumbo e Barra do Cuanza, arredores de Luanda, têm todas as condições para o efeito e contam com oito médicos e 70 técnicos de saúde.
"Todos os viajantes em quarentena são assintomáticos, são viajantes que não vêm do centro epidémico da China, mas em diversas províncias da China e estão em quarentena de acordo com as normas vigentes", explicou.
Miguel de Oliveira pediu igualmente "calma" aos moradores das zonas vizinhas aos centros, garantindo não existir razões de pânico:"Não há razões para que a população se preocupe com os centros ali instalados".
"E os nossos técnicos estão a interagir com a comunidade no esclarecimento de eventuais rumores e aspetos que podem solicitar dúvidas", salientou.
A epidemia provocada pelo coronavírus (Covid-19) detetado em Wuhan causou já 1.380 mortos, tendo a China reportado hoje 121 mortes, nas últimas 24 horas.
Segundo a Comissão Nacional de Saúde, o número de infetados cresceu 5.090, para 63.581.
O balanço é superior ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
O inspetor-geral de Saúde angolano adiantou também que, nas últimas 24 horas, o país rastreou, no aeroporto internacional 4 de Fevereiro, 819 cidadãos nacionais e 630 estrangeiros.
“Até agora não tivemos nenhum caso positivo", frisou Miguel de Oliveira, acrescentando que Angola já registou dois casos suspeitos de Covid-19 que "laboratorialmente foram negativos".
Uma comissão interministerial angolana está a implementar o plano de contingência que prevê quatro fases, nomeadamente a pré-epidémica, epidémica, intraepidémica e a pós-epidémica, "com as medidas devidamente reescalonadas".
Medidas no âmbito do plano de contingência estão a ser adotadas em 32 pontos de entrada já identificados em Angola, nomeadamente portos, aeroportos, postos fronteiriços, entre outros.
Para além da China continental, Hong Kong, Japão e as Filipinas reportaram um morto cada um e, embora 30 países tenham diagnosticado casos de pneumonia por Covid-19, a China responde por cerca de 99% dos infetados.