Miguel Guimarães, coordenador da Proteção Civil neste município do distrito de Leiria, disse à agência Lusa que, em março de 2019, “optou-se por não queimar mais” as colónias da também designada vespa velutina.

“As feromonas são injetadas no ninho e elas acabam por morrer lá dentro”, explicou.

Ao longo de 2019, o Serviço Municipal de Proteção Civil de Figueiró dos Vinhos “inutilizou 194 ninhos de vespa asiática”, mais 27 de outras vespas.

Até agora, o combate à espécie invasora “realizava-se normalmente a partir da primavera”, porém, devido às alterações climáticas e à provável capacidade de adaptação do inseto, esse trabalho deve ser feito “durante todo o ano”, disse Miguel Guimarães.

“Não há uma época específica” para concretizar tais operações, já que o tempo ameno, como se verifica agora, em fevereiro, “é propício ao aparecimento dos ninhos primários”.

“A população não deve fazer a destruição dos ninhos” pelos seus meios, cabendo-lhe antes comunicar a sua deteção à Proteção Civil e demais autoridades, alertou Miguel Guimarães.

A instalação de armadilhas seletivas na área dos apiários é outro dos métodos em que o município de Figueiró dos Vinhos aposta em 2020.

“Com base na monitorização destas armadilhas junto dos apiários, queremos perceber o ciclo da vespa asiática, para assim a podermos combater mais eficazmente”, afirmou Miguel Guimarães.

O mesmo responsável alertou, por outro lado, que alguns apicultores recorrem ao uso de inseticidas para aniquilar estes pequenos animais.

Só que as aplicações acabam por ter o efeito contrário, denominado “Cavalo de Troia”, pois a vespa velutina e a própria abelha melífera, contaminadas pelo veneno, entram ou contactam com a colmeia e “acabam por destruir os apiários”, segundo o coordenador municipal de Proteção Civil.

A autarquia, presidida por Jorge Abreu, o Serviço de Proteção Civil e a Associação de Modelismo do Centro de Portugal (AMCP) vão promover uma sessão de esclarecimento sobre a vespa velutina no Centro Investe de Figueiró dos Vinhos, no sábado, às 15:30.

O programa inclui a apresentação do "Plano estratégico municipal para combate à vespa velutina" e a divulgação dos dados relativos às intervenções realizadas em 2019 pelos serviços municipais.

O presidente da AMCP, Carlos Filipe, falará do ciclo da vespa asiática, sua hibernação e dispersão territorial, além da identificação do inseto e dos “métodos eficazes” de destruição de ninhos, de acordo com uma nota da Câmara Municipal.

A iniciativa termina com um momento dedicado à construção de armadilhas seletivas e à utilização de feromonas.