Sessenta por cento da população do Sudão do Sul, cerca de 7,2 milhões de pessoas, vai enfrentar "níveis elevados" de insegurança alimentar aguda nos próximos meses, disse hoje o Grupo de Trabalho de Segurança Alimentar e Nutrição (FSNWG).
De acordo com a plataforma regional, o país africano enfrenta "uma das piores crises de segurança alimentar e nutrição a nível mundial" a partir deste mês e durante o mês de julho, quando se chega ao pico da época de escassez.
De um total estimado de 7,2 milhões de pessoas em risco, cerca de 108.000 irão sofrer níveis "catastróficos" de insegurança alimentar, especialmente nos estados de Jonglei, Bahr do Norte, Warrap e Ghazal, de acordo com a organização.
As principais causas desta grave crise alimentar são os conflitos e a violência incessante desde a independência do Sudão do Sul, em 2011, inundações generalizadas que causam centenas de mortes e milhares de deslocados todos os anos, a pandemia de covid-19 e a crise económica.
A ONG sublinha que 1,4 milhões de crianças com menos de cinco anos "sofrerão de subnutrição aguda ao longo de 2021", das quais 313.000 deverão sofrer de subnutrição aguda grave, que pode levar à morte.
Face a esta grave situação, que ameaça a vida de milhões de sudaneses do Sul, a plataforma denunciou a falta de fundos para fornecer uma resposta humanitária adequada.
De acordo com a organização, desde o final de abril deste ano, apenas 313,5 milhões de dólares (257,7 milhões de euros) dos 1.700 milhões(1.397 milhões de euros) necessários para o financiamento de um plano de resposta para 2021 foram angariados, ou seja, até agora foram obtidos 19% dos fundos necessários.