As linhas de cruzeiro vão proibir a entrada a bordo de passageiros ou tripulantes que tenham passado pela China nos 14 dias anteriores, para prevenir a propagação do surto do novo coronavírus, anunciou hoje a federação internacional do setor.
"Passageiros e tripulantes que viajaram para ou da China continental nos últimos 14 dias não serão permitidos a bordo" dos navios, afirmou a Associação Internacional de Navios de Cruzeiro (CLIA), com sede em Hamburgo.
Além disso, a federação explicou que as viagens e rotas poderão se remarcadas, modificadas ou canceladas, se necessário, em consulta com as autoridades de saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Este anúncio baseia-se numa iniciativa já tomada individualmente por várias linhas de cruzeiro.
Empresas de navegação como a Costa Cruises, Royal Caribbean e MSC Cruises decidiram por sua própria iniciativa, na semana passada, recusar o acesso aos seus navios a passageiros que recentemente passaram pela China continental.
Desde o surgimento do novo coronavírus, as linhas de cruzeiros também implementaram medidas para verificar os passageiros antes do embarque, em particular medindo a sua temperatura.
Várias empresas cancelaram viagens de portos chineses.
Na quinta-feira, quase 7.000 turistas e tripulantes de um navio de cruzeiro ficaram presos por várias horas em Civitavecchia, em Itália, depois de uma suspeita de coronavírus a bordo. Os testes realizados pelas autoridades italianas acabaram por ser negativos.
A Ásia é o terceiro mercado em volume de cruzeiros, atrás dos Estados Unidos e da Europa, com um número de passageiros que chegou a 4,24 milhões em 2018, segundo a federação CLIA.
A China elevou hoje para 362 mortos e mais de 17 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países, com as novas notificações na Rússia, Suécia e Espanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.