A Delta anunciou hoje que irá acelerar a suspensão dos seus voos para a China depois de os Estados Unidos terem anunciado a proibição temporária da entrada de estrangeiros que tenham estado naquele país asiático nos últimos 14 dias.
Perante a medida avançada por Washington para evitar a propagação do novo coronavírus, a companhia aérea Delta decidiu antecipar a suspensão dos voos, a qual estava inicialmente prevista para 06 de fevereiro.
"A Delta tomou a decisão de acelerar o seu plano de temporariamente suspender os voos entre os Estados Unidos para a China para 02 de fevereiro, seguindo a atualização" do protocolo de controlo norte-americano que entra em vigor no domingo, refere a operadora aérea, em comunicado.
O último voo para a China sai dos Estados Unidos da América ainda hoje, enquanto o último daquele país asiático regressa no domingo.
"A principal prioridade da Delta é assistir aos seus clientes e cuidar das suas equipas. A companhia aérea está a trabalhar com os seus clientes para fazer ajustamentos aos seus planos de viagem", acrescenta a Delta.
A companhia aérea norte-americana estima que as ligações entre os Estados Unidos e a China "continuem suspensas até 30 de abril", embora garanta que "vai continuar a monitorizar a situação" de perto e a "fazer ajustamentos adicionais" à medida que a situação continue a evoluir.
Até agora, a Delta operava 42 voos semanais entre a China e os Estados Unidos, entre os quais se inclui um serviço diário entre Pequim e Detroit e Seattle, assim como entre Xangai e as cidades de Atlanta, Detroit, Los Angeles e, de novo, Seattle.
Na sexta-feira foi anunciado que o Governo norte-americano vai proibir a entrada de estrangeiros que tenham estado na China nos últimos 14 dias e impor uma quarentena aos viajantes de qualquer nacionalidade provenientes da província onde deflagrou a epidemia do novo coronavírus.
As medidas, que entram em vigor às 22:00 de domingo (hora de Lisboa), foram na sexta-feira anunciadas pelo secretário da Saúde, Alex Azar, que declarou uma emergência de saúde pública devido à propagação do vírus.
A China elevou hoje para 259 mortos e quase 12 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China e das regiões semiautónomas chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante período indefinido.
A quarentena foi, entretanto, alargada a mais 15 cidades, próximas de Wuhan, afetando, no conjunto, mais de 50 milhões de pessoas.
Nos últimos dias, diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China. Rússia, Coreia do Norte e Vietname encerraram as fronteiras com o país, enquanto alguns países pararam de emitir vistos para cidadãos chineses.