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PCP/Açores volta a alertar para "carências notórias" no Serviço Regional de Saúde

LUSA
11-03-2021 14:29h

O PCP/Açores alertou hoje para "carências notórias" no Serviço Regional de Saúde (SRS), destacando que o primeiro hospital privado na região teve "um custo de cerca de 40 milhões de euros, em grande parte provenientes de fundos públicos".

"Os fundos públicos devem ser destinados à saúde pública. Nada é mais injusto, numa região como a nossa, em que grande parte da população tem problemas sérios de subsistência, do que desviar os recursos que tanto nos fazem falta para financiar serviços de que só poucos poderão usufruir", lê-se numa nota de imprensa do PCP/Açores.

Na nota, a Comissão de Ilha do PCP/Açores refere-se à inauguração, na segunda-feira, do Hospital Internacional dos Açores (HIA), na Lagoa, ilha de São Miguel, com um custo de cerca de 40 milhões de euros, “em grande parte provenientes de fundos públicos”, destacando que, segundo a comunicação social, muitos dos seus profissionais de saúde estão “diretamente ligados ao Hospital do Divino Espírito Santo [em Ponta Delgada] e irão manter funções em ambos os serviços".

"A população dos Açores volta assim a ser prejudicada", lamentam os comunistas, considerando “mais do que provável que serão a região e os contribuintes açorianos a suportar uma boa parte das despesas desta nova unidade hospitalar, sobretudo no que diz respeito a algumas áreas de especialidades que o SRS não oferece".

Na nota, o PCP reitera ainda a necessidade de "reverter a falta de médicos, enfermeiros, técnicos superiores de saúde, de diagnóstico e de terapêutica, assistentes técnicos e assistentes operacionais, bem como a falta de diversas especialidades".

De qualquer forma, é acrescentado, "não obstante as carências notórias”, sobretudo em termos de recursos humanos, "ninguém pode negar que o SRS tem respondido sempre às necessidades” da região e de todos os seus habitantes, “independentemente das suas condições económicas".

"Houvesse mais investimento na Saúde, e não haveria os atrasos e as listas de espera de que todos temos experiência", sublinha o PCP/Açores, considerando que essas são “consequências de décadas de política de direita, e da desresponsabilização de todos os executivos regionais que até agora assumiram funções, e da qual o atual executivo do PSD, CDS e PPM, com o apoio parlamentar do Chega e do Iniciativa Liberal, mesmo procurando passar entre os pingos da chuva, não se poderá demarcar".

O PCP/Açores defende, por isso, ser "fundamental reverter o subfinanciamento a que o SRS está sujeito há largas décadas, elevando a mobilização e modernização da sua capacidade de resposta".

Entre as medidas propostas, o PCP refere o reforço urgente do número de profissionais, dando-lhes “condições laborais e remuneratórias dignas, para que não tenham de procurar complementos salariais fora do sistema, com os óbvios problemas de qualidade do serviço prestado por quem tem de se submeter a um regime de duplo trabalho", e o alargamento do número de camas de cuidados continuados e paliativos.

Na nota da Comissão de Ilha de São Miguel do PCP/Açores é também destacada a necessidade de serem recuperados "todos os atos clínicos que ficaram em suspenso ou foram adiados", devido à pandemia de covid-19.

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