Os espanhóis repatriados da cidade chinesa de Wuhan, epicentro do coronavírus, chegaram ao fim da tarde de avião à base aérea de Torrejón de Ardoz, nos arredores de Madrid e vão ser internados, de quarentena, durante 14 dias.
Depois de serem recebidos pelo pessoal dos serviços de saúde que lhes fizeram um primeiro exame médico, foram transferidos para o Hospital Militar Gomez Ulla de Madrid, onde irão passar os 14 dias de quarentena (período máximo de incubação do vírus).
Os repatriados serão submetidos a dois exames médicos diários, de acordo com fontes sindicais do Hospital Gomez Ulla, citadas pela imprensa espanhola que, assim como várias pessoas, os aguardavam à porta do hospital.
O diretor do Centro de Alertas de Emergência e Saúde, Fernando Simon, explicou hoje que os espanhóis que chegaram da China terão liberdade de movimento no andar em que vão estar de quarentena, podendo até receber visitantes, já que não são pessoas doentes e a probabilidade de contágio é "muito pequena".
Segundo fontes do Governo espanhol, cerca de 30 pessoas chegaram no Boeing 747-400 da companhia Wamos fretado pelo Reino Unido: 25 serão transferidas para o Gómez Ulla e outras cinco - quatro dinamarqueses e um norueguês - partirão da mesma base para os seus países de origem.
Fernando Simón assinalou que três médicos e uma enfermeira do Ministério da Saúde os acompanharam desde Londres para onde voaram previamente a pedido das autoridades chinesas e europeias.
Antes de aterrar em Madrid, o avião, com capacidade para até 475 passageiros, fez uma escala na base aérea de Brize Norton, no sul de Inglaterra, para desembarcar os cidadãos desse país.
A empresa Wamos salientou, numa declaração feita, que ao longo de toda a operação foram tomadas medidas e protocolos de segurança extraordinários e "acima dos requisitos exigidos pelas autoridades".
Antes da partida, foi feito um controlo minucioso no solo aos passageiros, à tripulação e ao próprio avião, que uma vez chegado a Madrid seria completamente desinfetado.
A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 22 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas, índia, Suécia e Rússia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Esta é a sexta vez que a OMS declara uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.
Para a declarar, a OMS considerou três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e a exigência de uma resposta internacional coordenada.