O primeiro dos três casos confirmados no Canadá do novo coronavírus obteve hoje alta após ser assistido durante uma semana num hospital de Toronto, anunciaram hoje as autoridades médicas.
O hospital Sunnybrook referiu em comunicado que o doente, internado desde 23 de janeiro, um dia após regressar da cidade chinesa de Wuhan epicentro do surto epidémico do novo coronavírus, recebeu alta ao início da manhã.
“No decurso da semana, o seu estado foi melhorando ao ponto de já não necessitar de assistência no hospital”, revelou o Sunnybrook.
O doente, um homem com cerca de 50 anos cuja identidade não foi divulgada, permaneceu numa sala com pressão negativa durante o internamento.
O pessoal hospitalar vai continuar a controlar a sua situação enquanto permanecer em isolamento na sua casa, acrescentou o comunicado.
O segundo caso confirmado no Canadá do novo coronavírus foi a sua mulher, que tem permanecido em recuperação em casa com total isolamento desde que o casal regressou de Wuhan, em 22 de janeiro, com sintomas da doença.
Na quinta-feira, as autoridades médicas do Canadá assinalaram que o estado da mulher registava melhoras progressivas.
O terceiro caso confirmado no Canadá refere-se a um homem de 40 anos que reside em Vancouver, na costa do Pacífico. À semelhança dos outros dois casos, o doente tinha viajado para a China.
Em paralelo, as autoridades canadianas prosseguem o processo de retirada dos seus cidadãos que se encontram na província de Hubei (centro), com capital em Wuhan.
O ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano disse hoje que o chefe da diplomacia de Otava, Francois-Philippe Champagne, contactou na noite de quinta-feira com o seu homólogo chinês, Wang Yi, para abordar a situação e solicitar “a colaboração do Governo chinês para ajudar” na retirada dos cidadãos canadianos.
O Canadá referiu na quarta-feira que garantiu um avião ‘charter’ contratado para retirar os canadianos que pretendam abandonar o país e que permanecia em contacto com as autoridades chinesas para solucionar questões logísticas.
A China elevou hoje para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 22 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas, Índia, Suécia e Rússia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.
A Comissão Europeia ativou na terça-feira o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a pedido da França.