O PSD pediu hoje a audição da Direção-Geral da Saúde no parlamento “com a urgência possível” para obter esclarecimentos sobre as medidas que estão a ser tomadas para “defender a saúde pública e proteger a saúde dos cidadãos”.
Num requerimento dirigido à presidente da Comissão parlamentar de Saúde, assinado pelos deputados Ricardo Baptista Leite e Álvaro Almeida, a bancada do PSD invoca a decisão tomada na quinta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de declarar o estado de Emergência Global de Saúde Pública.
“Cumpre ter presente que, segundo os próprios critérios da OMS, o referido estado de emergência apenas é declarado quando uma ameaça de saúde pública seja séria, repentina, incomum ou inesperada, tenha implicações para a saúde pública além da fronteira nacional do Estado afetado e possa exigir uma resposta internacional imediata”, referem.
Por essa razão, os deputados do PSD requerem “que a Comissão de Saúde delibere ouvir, com a urgência possível, a Direção-Geral da Saúde”.
O objetivo, explicam, é “obter os necessários esclarecimentos e informações da autoridade de saúde competente, acerca das medidas que estão a ser tomadas com vista a defender a saúde pública e a proteger a saúde dos cidadãos e da comunidade, em face da possibilidade de propagação global do novo coronavírus”.
A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 22 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Suécia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas, Índia e Rússia.
Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.
O Governo português anunciou hoje que as autoridades chinesas já deram autorização para o repatriamento dos cidadãos nacionais retidos em Wuhan, devido ao novo coronavírus, e que o voo "será realizado logo que respeitados os devidos procedimentos".
Os 17 portugueses retidos em Wuhan foram notificados que o voo a partir do qual estava planeado serem retirados hoje à noite foi adiado para sábado, disseram à Lusa.
A Comissão Europeia ativou na terça-feira o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a pedido da França.