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Vírus: DGAV alerta que tem de ser acautelada entrada de animais e bens

LUSA
31-01-2020 17:06h

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) mantém-se “alerta” face ao novo coronavírus e notou que tem que ser acautelada a entrada em Portugal de animais vivos, bens e produtos provenientes de países onde a doença foi detetada.

“Em Portugal, o risco de entrada do vírus está sobretudo associado à circulação de pessoas, nomeadamente às entradas de viajantes provenientes da China e outros países onde a doença já foi identificada. No entanto, terão de ser acauteladas as entradas de animais vivos, bens e/ou produtos (géneros alimentícios e alimentação animal) provenientes desses países”, avisou a DGAV, numa nota publicada na sua página na internet.

Os postos de inspeção fronteiriça portugueses rececionam navios com contentores provenientes da China e países vizinhos, pelo que a DGAV recomenda que os funcionários utilizem equipamento de proteção individual, máscara protetora e luvas.

Por outro lado, esta autoridade veterinária nacional aconselhou os postos a implementar um plano de controlo de pragas.

A DGAV “mantém-se alerta” face a esta situação e está em “estreita ligação” com as autoridades de saúde pública nacionais, bem como com os responsáveis pela fauna silvestre, de modo a garantir “mensagens de comunicação e gestão de riscos coerentes e apropriadas”.

De acordo com a mesma fonte, as autoridades aduaneiras e sanitárias da China auto embargaram a exportação de animais exóticos e silvestres, como aves, peixes ornamentais, pombos, répteis, aranhas e escorpiões, a partir deste país.

“A gestão eficaz dos riscos de biossegurança e cooperação com as autoridades de controlo veterinário irão ser reforçadas nas fronteiras”, avançou.

Apesar de referir que existe uma suspeita de que o novo coronavírus possa ter origem animal, a DGAV ressalvou que “ainda não é conhecida a correlação epidemiológica com os animais”.

Já no que se refere às precauções a tomar com animais vivos ou produtos animais, a autoridade cita as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomendam que, sempre que se viaje para países em que a doença já foi detetada e sejam visitados estabelecimentos comerciais de animais vivos, devem adotar-se medidas de higiene como a lavagem regular das mãos, evitando tocar nos olhos, nariz ou boca.

Adicionalmente, a OMS defendeu que qualquer contacto com animais existentes no mercado “deve ser estritamente evitado”, bem como o contacto com resíduos ou fluidos de animais “potencialmente contaminados no solo ou nas estruturas de lojas e instalações de mercado”.

A DGAV é um serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa.

A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

O anterior balanço registava 170 mortos na China e 7.736 pessoas infetadas.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países – Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.

A OMS declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Esta é a sexta vez que a OMS declara uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.

Para a declarar, a OMS considerou três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e a exigência de uma resposta internacional coordenada.

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