A Rússia anunciou hoje os dois primeiros casos do novo coronavírus no seu território, detetado em dois cidadãos chineses, e o repatriamento dos seus cidadãos de diversas regiões chinesas devido ao surto.
“Foram detetados na Rússia dois casos de coronavírus, nas regiões de Tiumen e Transbaikalia [no extremo-oriente russo]. Os dois doentes são cidadãos chineses”, revelou a vice-primeira-ministra russa, Tatyana Golikova, numa reunião da comissão formada para prevenir e combater o vírus.
Golikova anunciou diversas medidas para evitar a propagação do vírus no país, incluindo o encerramento da fronteira com a Mongólia.
Na quinta-feira, Moscovo tinha já decretado o encerramento da fronteira com a China.
“Começámos a retirar os cidadãos russos de Wuhan e Hubei. Em Huan estão 300 e em Hubei são 400 pessoas”, precisou.
Golikova disse ainda que os cidadãos russos terão a opção de permanecer na China ou regressar ao país. Os que optarem por regressar, ficarão de quarentena durante duas semanas, acrescentou.
Ao referir-se ao estado dos dois doentes, assinalou que estão estáveis e sem febre.
A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 21 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas, Índia e Rússia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.
A Comissão Europeia ativou na terça-feira o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a pedido da França.