A ministra dos Assuntos Exteriores do governo de Madrid, Arancha González Laia, confirmou hoje que os funcionários diplomáticos espanhóis vão permanecer na China e que o surto de coronavirus “não é motivo para pânico”.
González disse à Rádio Nacional de Espanha que os diplomatas vão cumprir os protocolos ativados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a União Europeia em relação à doença e, por isso, vão continuar a prestar os serviços com “normalidade” no país.
“Por agora, quero expressar uma mensagem de calma e tranquilidade”, insistiu a ministra, frisando que os cerca de vinte cidadãos espanhóis que foram retirados da cidade de Wuhan, na República Popular da China, vão chegar hoje a Espanha, não apresentando sintomas da doença.
Os repatriados espanhóis vão cumprir um período de quarentena no Hospital Gómez Ulla, Madrid, e depois vão regressar “à normalidade” em Espanha.
González considerou certa a emergência sanitária internacional desencadeada pela OMS no sentido de evitar que uma “onda expansiva” do coronavirus venha a atingir países com menos meios para enfrentar a epidemia.
Os espanhóis repatriados e que vão permanecer no hospital de Madrid vão ser submetidos a controles médicos diários durante 14 dias que vão ser efetuados pela Unidade de Isolamento que integra civis e militares.
Segundo a agência EFE os repatriados não vão ser internados na Unidade de Isolamento de Alto Nível mas o pessoal médico envolvido pertence a esse departamento especial do hospital.
As autoridades hospitalares vão deixar vazio o 22º andar, onde está instalada a Unidade de Isolamento de Alto Nível, para o caso de algum dos repatriados de Wuhan desenvolver o coronavírus.
Os cerca de 20 espanhóis, incluindo uma criança, vão chegar a Madrid depois de uma escala no Reino Unido e vão entrar na unidade hospitalar por uma porta lateral diretamente para o 17º andar do edifício onde vão permanecer.
A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.