Paquistão, Mongólia e Singapura anunciaram hoje novas medidas para evitar a propagação do novo coronavírus (2019-nCoV) nos seus territórios, que se juntam às anunciadas antes por muitos outros, como suspensão de voos e fecho de fronteiras.
O Paquistão anunciou hoje a suspensão de todos os voos procedentes da China devido à disseminação do coronavírus na cidade de Wuhan.
O porta-voz da Autoridade da Aviação Civil do Paquistão, Abdul Sattar Khokhar, disse que a medida vigora inicialmente até 02 de fevereiro “posteriormente será decidido se a suspensão será prorrogada".
A decisão surge um dia depois de o principal conselheiro do governo paquistanês em questões de saúde pública, Zafar Mirza, ter revelado que Islamabad não vai repatriar nenhum dos seus cerca de 30.000 cidadãos que vivem na China.
Nos últimos dias, as autoridades já tinham impusto uma série de controlos sanitários em quatro dos seus principais aeroportos para impedir a entrada do vírus.
O Paquistão partilha cerca de 400 quilómetros de fronteira com a China e recebe numerosos trabalhadores chineses no seu território que trabalham em grandes projetos de infraestruturas.
Com essa decisão, o Paquistão junta-se a uma lista de países que suspenderam temporariamente os voos com o país asiático, como Quénia, Ruanda, Madagáscar e Ilhas Maurício, entre outros, ou as companhias aéreas como a Bristish Airways, Lufthansa e Iberia.
Duriya Aamir também disse que o Governo não vai retirar cerca de 30.000 paquistaneses que vivem na China, principalmente estudantes, e apenas 500 em Wuhan, apesar dos pedidos repetidos dos seus nacionais.
Islamabad informou na quarta-feira que pelo menos quatro cidadãos paquistaneses contraíram o coronavírus na China, onde permanecem.
Até agora não houve nenhum caso da doença em solo paquistanês.
As autoridades de Singapura anunciaram também hoje que as fronteiras serão fechadas para todos os viajantes chineses, para se protegerem da propagação do novo coronavírus.
Singapura, que anteriormente proibiu a entrada no seu território apenas de viajantes da província chinesa de Hubei, está a fortalecer drasticamente as suas medidas de proteção depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) qualificar o surto de "emergência internacional".
“Suspenderemos a emissão de todos os tipos de vistos para quem tem passaporte chinês", disse o ministro do Desenvolvimento Nacional, Lawrence Wong, durante uma conferência de imprensa.
O Aeroporto Internacional de Singapura é um dos pontos de passagem aéreos mais importantes da Ásia.
Singapura registou treze casos de contaminação, todos envolvendo pessoas que chegaram recentemente de Wuhan, capital da região de Hubei, no centro da China, onde a epidemia começou em dezembro.
A Mongólia também anunciou hoje que proibirá, a partir de 01 de fevereiro, a entrada de chineses ou estrangeiros vindos da China de avião, comboio ou por via terrestre devido ao surto de coronavírus.
A medida ficará em vigor até 02 de março, informou o Governo num comunicado, observando que os cidadãos mongóis serão proibidos de viajar para a China durante o mesmo período.
A China elevou hoje para 213 mortos e quase 10 mil infetados o balanço de vítimas do novo coronavírus detetado inicialmente no final do ano em Wuhan, capital da província chinesa de Hubei (centro).