A escola do 1.º ciclo dos Capuchos, do Agrupamento de Escolas D. Dinis, está encerrada e sem atividades letivas, na sequência da greve agendada para hoje, o que obrigou os pais a encontrar alternativas para os filhos.
Daniel Leal deixou os dois filhos pouco depois das 08:00 para terem aulas às 09:00, já que entra no emprego às 08:30, como faz todos os dias. Por volta das 09:20, regressou à escola para ir buscar as crianças.
“Transtorna bastante. Tive de ligar aos meus pais para ficarem com eles. O direito à greve existe e deve ser respeitado, mas não entendo por que é que é sempre à sexta-feira. Acho que há outras formas de luta que poderiam surtir mais efeito. Esta medida acaba sempre por prejudicar os mesmos”, lamentou Daniel Leal.
Pai de duas crianças, que estudam no 2.º e 4.º anos da escola dos Capuchos, o encarregado de educação revelou ainda que a greve influencia toda a logística. “Será que as empresas dos almoços sabem que não há refeições para distribuir? A comida estará já confecionada e o que lhe vai acontecer? Quando se discute tanto a questão ambiental…”.
Daniel Leal acrescentou que as crianças saem ainda prejudicadas com o cancelamento das atividades que já estão pagas. “Por exemplo, já não vão ter piscina. Se o dinheiro fosse para os professores até concordava”.
Ana Gomes também teve de encontrar solução para o filho de 7 anos. O avô reformado vai ficar com o neto.
“Concordo com a greve e acho muito bem que a façam. Devem lutar pelos seus direitos e serem incómodos. Há sempre alguém para ficar com as crianças. Se não existir, mete-se baixa para assistência à família”, refere esta mãe, que trabalha no setor privado.
A maioria das escolas da região está a funcionar normalmente.
Já no setor da saúde, o Centro de Saúde de Marrazes, em Leiria, onde funciona também a Unidade de Saúde Familiar Santiago, não abriu portas logo de manhã.
Os médicos que não aderiram à greve esbarraram com a porta fechada logo às 08:00, quando se preparavam para entrar ao serviço e iniciar as consultas.
Os serviços reabriram pelas 09:45, revelou à Lusa fonte médica.
A Frente Comum da Administração Pública, da CGTP, convocou em dezembro uma manifestação nacional para hoje contra a proposta de aumentos salariais de 0,3%, a que se seguiu o anúncio de greves nacionais por parte das estruturas da UGT - a Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e a Frente Sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).
Entretanto, várias organizações setoriais marcaram também greves para hoje, como são os casos da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afeta à CGTP, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE), da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica.