O Fundo Monetário Internacional (FMI) está a acompanhar "em tempo real" os desenvolvimentos do coronavírus na China, afirmou hoje o seu porta-voz, sublinhando que o impacto na economia mundial depende da duração da epidemia.
"No FMI acompanhamos esta situação de muito perto. Estamos a examinar os indicadores económicos em tempo real", explicou Gerry Rice em conferência de imprensa, notando que neste momento é a China que está a sofrer os impactos "diretos" devido ao encerramento provisório de empresas para conter a propagação do vírus.
"Se as cadeias de abastecimento mundiais forem sistematicamente afetadas ou se os mercados financeiros mundiais forem consideravelmente atingidos por uma incerteza crescente, então o impacto será mais significativo", acrescentou, apontando um possível efeito de contágio em toda a Ásia.
Para Rice, nesta fase o FMI ainda não pode quantificar esse impacto. "Faremos isso no devido tempo, por enquanto é prematuro", disse.
Na China, a epidemia já fez 170 mortos e cerca de 7.700 pessoas foram contaminadas, de acordo com dados do governo chinês.
O impacto do novo coronavírus "vai depender muito da forma como a doença evoluir", "da rapidez de propagação do vírus", adiantou Gerry Rice, assinalando que na província de Hubei, epicentro da epidemia, "a atividade económica diminuiu consideravelmente".
Segundo o porta-voz, os efeitos devem ser "provisórios" e "reversíveis" quando o vírus enfraquecer e a atividade regressar ao normal.
"Há muita incerteza [...]. O impacto geral na economia chinesa vai depender do tempo necessário para se atingir o ponto de inflexão", explicou.