A Madeira está "paulatinamente" a construir a sua estratégia para lidar com o coronavírus, razão pela qual a Secretaria Regional da Saúde e da Proteção Civil (SRSPC) promove sexta-feira uma sessão de esclarecimento na ilha do Porto Santo .
"Nós já fizemos sessões na Madeira e, agora, vamos ao Porto Santo dar a conhecer a nossa estratégia e esclarecer dúvidas junto dos profissionais de saúde na ilha. Podíamos ter feito uma sessão por videoconferência, mas é melhor fazê-lo no local e junto das pessoas e da população", explicou o presidente do Instituto de Administração da Saúde - IASAÚDE, Herberto Jesus.
"Nós temos que nos preparar para alguma eventualidade. Não quer dizer que aconteça. ou deixe de acontecer. Para nós é importante também estarmos em linha com a Direção Geral da Saúde e com a CDC - Centro de Controle e Prevenção de Doenças para podermos dar uma resposta adequada se isso acontecer", acrescentou, adiantando que haverá, depois, um programa do Serviço Regional de Saúde (SESARAM) de "formação especifica em determinadas áreas".
A Secretaria Regional de Saúde e de Proteção Civil, através do Instituto de Administração da Saúde, promove sexta-feira uma reunião no Porto Santo, com todas as entidades locais.
"Todo o mundo está a preparar-se e nós também estamos há já alguns dias. O trabalho está sendo feito paulatinamente na Madeira", disse Herberto Jesus.
O objetivo desta reunião, segundo uma nota da Secretaria, "é dar a conhecer a estratégia regional operacionalizada para o coronavírus".
O plano definido para lidar com o coronavírus na Região Autónoma da Madeira inclui todas as unidades de saúde e define os procedimentos a adotar caso seja detetada alguma situação suspeita.
No Porto Santo está programada uma reunião às 09:00 com os profissionais de saúde do Centro de Saúde do Porto Santo e às 11:00 irá decorrer, no Centro de Congressos do Porto Santo, uma reunião mais alargada a todas as entidades da ilha, incluindo unidades hoteleiras, porto e aeroporto.
O novo coronavírus (2019-nCoV) foi detetado pela primeira vez na cidade de Wuhan, na província de Hubei (centro da China), no fim do ano.
O mais recente balanço das autoridades chinesas dá conta de 170 mortos, todos verificados na China, e mais de 7.700 pessoas infetadas.
Além do território continental da China, foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália, Canadá, Alemanha, França (primeiro país europeu a detetar casos), Finlândia, Índia, Filipinas e Emirados Árabes Unidos.
Vários países acionaram nos últimos dias planos para retirar os respetivos cidadãos que tivessem manifestado vontade de sair do território chinês.
Um grupo de 17 portugueses, que se encontram em Wuhan, cidade atualmente isolada e em quarentena, vai ser retirado na sexta-feira, disse hoje um deles à agência Lusa.
O avião, que vai fazer o repatriamento dos cidadãos portugueses e de outros europeus desde aquela cidade, saiu hoje de manhã do aeroporto de Beja.