O CDS-PP vai votar favoravelmente a renovação do estado de emergência, defendendo que é preciso manter as medidas restritivas para controlar a pandemia, mas vai avaliar "a cada 15 dias" a necessidade de confinamento.
"O CDS votará favoravelmente o estado de emergência porque entendemos que a pandemia continua descontrolada e são necessárias medidas restritivas para podermos salvar vidas e impedir que mais portugueses sofram às mãos deste vírus", afirmou o presidente centrista.
Francisco Rodrigues dos Santos falava aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa, no final de uma audiência com o Presidente da República, que decorreu por videoconferência, e depois da reunião desta manhã com os epidemiologistas, no Infarmed, sobre a evolução da covid-19.
Sobre a estimativa do Governo de que o nível de confinamento atual vai manter-se até meados de março, o líder apontou que o CDS-PP "fará sempre uma avaliação a cada 15 dias" da "situação epidemiológica", e pronunciar-se-á "sobre a necessidade ou não de haver uma renovação do confinamento".
"Para já, parece evidente que isso tem de acontecer", defendeu Rodrigues dos Santos, deixando algumas ressalvas.
"É necessário haver mais testagem e melhor rastreamento, criar centros de vacinação que sejam controlos e centralizados pelas Forças Armadas, tem que haver critérios para que não haja desperdício de vacinas e, havendo, que sejam claros para todos os portugueses, para não haver 'chico-espertice' nem aqueles que gostam de furar os esquemas, transformando o processo de vacinação numa verdadeira rebaldaria que mina a confiança dos portugueses", frisou.
No que toca ao plano de vacinação, o Francisco Rodrigues dos Santos disse estar preocupado "com o atraso na vacinação, provocado pela libertação tardia das quantidades de vacinas que estavam contratualizadas", alertando que essa situação "vai atrasar ainda mais a Portugal atingir a imunidade de grupo".
O presidente do CDS-PP reiterou também a defesa da contratualização de cuidados de saúde com os setores particular e social, sobretudo "para que os doentes não covid não continuem a ser deixados para trás", e apelou também ao Governo que entregue aos alunos os computadores que prometeu ou adote a proposta centrista de dar às famílias um "vale tecnológico" para ajudar na compra de equipamentos que permitam as aulas à distância.
Na ótica do presidente democrata-cristão, o "Governo teve grandes responsabilidades no descontrolo da pandemia durante o mês de janeiro", porque "não precaveu, não planeou, não agiu pelo seguro, andou a reboque dos acontecimentos, atrás do prejuízo, e à espera do evoluir da situação".
"Isso empurrou o país para um confinamento decretado tarde e a más horas e provocou a morte de muitos portugueses", criticou ainda.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 14.557 pessoas dos 770.502 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.