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Covid-19: “Vejo com bons olhos esta possibilidade desde que a empresa russa que está a desenvolver a vacina disponibilize às autoridades europeias toda a evidência “ – afirma professor de Farmacologia

CANAL S+ / VD
10-02-2021 01:17h

À semelhança da chanceler alemã, Angela Merker, que é favorável à introdução da vacina russa Sputnik, na União Europeia, o professor de Farmacologia da Universidade de Lisboa, Hélder Mota Filipe também concorda com a possibilidade “desde que a empresa russa que está a desenvolver a vacina disponibilize às autoridades europeias toda a evidência”, afirma ao Canal S+.

Na semana passada, peritos russos submeteram a vacina Sputnik para aprovação junto da Agência Europeia do Medicamento (EMA), após divulgação dos resultados dos ensaios clínicos de Fase III que indicam que o novo fármaco terá 91,6% de eficácia.

Para Hélder Mota Filipe, professor de farmacologia que durante 10 anos esteve no INFARMED e conhece por isso como ninguém o processo de licenciamento de novos fármacos “É uma publicação, mas isso não é suficiente para se autorizar um medicamento. (…) A empresa russa tem de seguir os passos da legislação europeia”, assegura.

Sobre as potenciais novas terapêuticas medicamentosas que têm sido divulgadas nos últimos dias, o especialista de Farmacologia indica que “o Remdesivir é o único medicamento aprovado embora tenha demonstrado, em algum tipo de doente, um efeito que é pouco robusto”.

Para Hélder Mota Filipe existem dois grupos de possíveis terapêuticas contra a COVID-19: as que já existem e são medicamentos já aprovados e todos aqueles que têm surgido e que terão de ser submetidos a ensaios em laboratório. Por isso, o professor de farmacologia sublinha que “Continuamos a não ter medicamentos dedicados à COVID-19 “

Nesta entrevista ao Canal S+, Hélder Mota Filipe mostra-se ainda preocupado com o plano de vacinação contra a COVID-19 que afirma “não tem corrido bem. Eu nem sei se o plano é bom, porque ninguém sabe qual é o plano”. Para o professor de Farmacologia é urgente recuperar a confiança dos portugueses e de assumir uma atitude de transparência e de boa comunicação.

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