O avião britânico que repatriará 200 britânicos que estão retidos na China, devido ao surto do novo coronavírus (2019-nCoV), partirá na sexta-feira com destino ao Reino Unido, confirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico.
"Estamos satisfeitos com a confirmação das autoridades chinesas de que o voo de retirada do aeroporto de Wuhan para o Reino Unido pode sair às 21:00 (TMG e mesma hora em Lisboa), na sexta-feira, 31 de janeiro", afirmou Dominic Raab num comunicado.
Na nota, Dominic Raab enfatizou que "a segurança dos cidadãos britânicos é a principal prioridade" do Governo de Londres.
O ministro também acrescentou que a embaixada do Reino Unido em Pequim e as equipas consulares "continuam a manter contacto próximo com os britânicos que estão na região para garantir que tenham as informações mais recentes de que necessitarem".
O executivo britânico planeava repatriar hoje os seus cidadãos que estavam na cidade de Wuhan e na província de Hubei, principal foco do surto do coronavírus (2019-nCov), para depois os transferir para uma base militar britânica e colocá-los em quarentena por 14 dias.
A aeronave deverá pousar numa base militar das Forças Armadas Britânicas no condado de Oxfordshire e os passageiros serão levados para instalações médicas no noroeste do país, onde ficarão isolados por catorze dias.
Vinte espanhóis que ficaram presos em Wuhan há uma semana também serão retirados por este avião britânico, informaram hoje fontes próximas à missão de resgate à agência de notícias espanhola EFE.
Segundo as fontes mencionadas, os espanhóis retirados farão uma escala - sem saírem do avião - no Reino Unido antes de serem transferidos para o seu país.
Uma vez na Espanha, ficarão em quarentena também durante dias num hospital.
Os 17 portugueses retidos na cidade chinesa de Wuhan, onde teve origem o novo coronavírus vão ser retirados na sexta-feira, disse um deles à Lusa.
O avião, que vai fazer o repatriamento dos cidadãos portugueses e outros europeus desde aquela cidade, situada no centro da China, saiu hoje de manhã do aeroporto de Beja em direção a uma das pistas da base aérea n.º 11, de onde descolou às 10:06.
O Japão e os Estados Unidos foram os primeiros países, na quarta-feira, a repatriar centenas dos seus cidadãos que se encontravam na cidade chinesa de Wuhan, onde o novo coronavírus foi detetado em dezembro, um processo que seguem outros países.
O coronavírus, detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), já provocou a morte de pelo menos 170 pessoas na China e infetou mais de 7.700 outras.
Além do território continental da China, foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália, Canadá, Alemanha, França (primeiro país europeu a detetar casos), Finlândia, Índia, Filipinas e Emirados Árabes Unidos.