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Vírus: Londres tenta ultrapassar problemas burocráticos com a China para repatriar 200 britânicos

LUSA
30-01-2020 13:18h

O Reino Unido está a negociar com as autoridades chinesas o repatriamento de cerca de 200 britânicos depois de não ter conseguido finalizar hoje o regresso dos seus cidadãos conforme planeado, disseram hoje fontes oficiais.

O Governo de Boris Johnson planeava repatriar hoje os seus cidadãos que estão na cidade de Wuhan e na província de Hubei, foco do novo coronavírus (2019-nCoV), para transferi-los para uma base militar britânica e depois colocá-los em quarentena por 14 dias.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico indicou que este voo não partirá da China e que outros países estão na mesma situação, devido, segundo os meios de comunicação, a problemas burocráticos.

"Continuamos a trabalhar com urgência para organizar um voo para o Reino Unido o mais rápido possível. Continuamos em contacto próximo com as autoridades chinesas e as negociações continuam em todos os níveis", disse uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O vice-ministro para as Escolas, Nick Gibb, disse hoje à rede SkyNews que existem "alguns problemas" atualmente negociados no mais alto nível entre os governos britânico e chinês.

"Nossa prioridade é garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos britânicos em Wuhan e garantir que retornem ao Reino Unido o mais rápido possível", acrescentou Gibb.

A companhia aérea British Airways (BA) anunciou, na quarta-feira, a suspensão "efeito imediato" de todos os seus voos para a China continental devido ao coronavírus, que já causou a morte de 170 pessoas, e essa suspensão continuará até a próxima segunda-feira.

A British Airways disse, no entanto, que as suas medidas estarão sujeitas às recomendações que recebe do Governo britânico, que mantém a recomendação de não viajar para a China.

Várias outras companhias aéreas suspenderam os seus voos para a China, como a israelita El-Al e a alemã Lufhthansa.

O Japão e os Estados Unidos foram os primeiros países, na quarta-feira, a repatriar centenas dos seus cidadãos que se encontravam na cidade chinesa de Wuhan, onde o novo coronavírus foi detetado em dezembro, um processo que seguem outros países.

Vários países europeus, incluindo Portugal, França, Itália e Alemanha, mas também a Austrália têm em marcha planos para proceder ao repatriamento de alguns dos seus cidadãos em Wuhan.

A União Europeia anunciou, na quarta-feira, o envio de dois aviões até a sexta-feira à região chinesa de Wuhan que vão repatriar, devido ao coronavírus, 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitem, independentemente da nacionalidade.

A China elevou para 170 mortos e mais de 7.700 infetados o balanço de vítimas do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Além do território continental da China, foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália, Canadá, Alemanha, França (primeiro país europeu a detetar casos), Finlândia, Emirados Árabes Unidos e Índia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou para hoje o Comité de Emergência para determinar se este surto vírico deve ser declarado uma emergência de saúde pública internacional.

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