O Governo português agradeceu hoje a disponibilidade da Alemanha em ajudar no combate à pandemia, no momento da chegada de 26 profissionais de saúde militares germânicos a Lisboa, ao início da tarde.
O avião que transportou a equipa médica alemã aterrou na capital às 14:10, no aeroporto de Figo Maduro, e foi recebida pelos ministros da Defesa, João Gomes Cravinho, e da Saúde, Marta Temido, que agradeceram a sua disponibilidade.
"Quero saudar a disponibilidade do Governo alemão neste momento difícil para Portugal", disse Marta Temido numa declaração aos jornalistas, minutos antes da chegada da equipa.
Marta Temido adiantou que com a chegada da ajuda alemã o Serviço Nacional de Saúde dispõe de mais oito camas de cuidados intensivos.
A ministra da Saúde, que estava acompanhada do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e do embaixador da Alemanha em Portugal, Martin Ney, disse ainda que Portugal tem conseguido responder ao aumento de doentes com covid-19, e que esta semana se começou a verificar uma desaceleração de novos casos, mantendo-se uma grande pressão sobre os cuidados hospitalares.
O Hospital da Luz (Lisboa), que receberá a equipa germânica dispunha de instalações, mas não de profissionais de saúde, acrescentou Marta Temido.
Num hangar do aeroporto militar de Figo Maduro, e perante quase cerca de meia centena de jornalistas, a ministra disse que tem sido possível responder ao crescimento de doentes, e que o país “aumentou significativamente” a capacidade de resposta.
E acrescentou: “A pressão epidemiológica sobre a região de Lisboa e Vale do Tejo levou-nos a planear a melhor forma de fazer face a este momento ainda muito difícil”.
Marta Temido disse também que Portugal teve várias ofertas de ajuda e que nesta altura a mais útil é a ajuda alemã, de “recursos humanos altamente diferenciados e preparados”.
E mais oito camas de cuidados intensivos “é muito para um sistema de saúde que está a sofrer demasiada pressão”, salientou, reafirmando a importância da solidariedade europeia.
O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, também agradeceu ao governo alemão “a prontidão e a generosidade com que responderam à situação em Portugal” apontando a forma como a ajuda foi disponibilizada e organizada “muito rapidamente” entre os dois países.
Para o responsável da tutela da Defesa, que hoje regressou presencialmente à atividade política depois de ter sido diagnosticado com covid-19, o que “merece ser sublinhado neste momento” é sobretudo “o espírito de solidariedade” da Alemanha.
“Quando há dias escrevi uma mensagem à senhora ministra alemã para agradecer o apoio, a resposta dela foi muito simples, a resposta dela foi: é para isso que servem os amigos. E, portanto, eu quero dizer da parte portuguesa que é com muito apreço que saudamos esta postura do governo alemão e vamos naturalmente utilizar da melhor maneira possível este apoio”, declarou.
A ajuda médica alemã vem dar apoio ao sistema de saúde português face à pressão provocada pela pandemia de covid-19.
O processo de auxílio alemão a Portugal arrancou em 25 de janeiro, na sequência de um pedido de ajuda da ministra da Saúde, Marta Temido, à ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer.
A equipa é constituída por 26 profissionais de saúde, entre os quais seis médicos, que trazem também 40 ventiladores móveis e 10 estacionários, 150 bombas de infusão e outras tantas camas hospitalares.
De acordo com um comunicado conjunto dos Ministérios da Saúde e da Defesa de Portugal, os profissionais de saúde alemães permanecerão no país "durante um período de três semanas, estando prevista a sua substituição a cada 21 dias, até ao final de março, caso seja necessário".
Em Portugal, morreram 13.257 pessoas dos 740.944 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.