O Pavilhão das Pedras, localizado no centro de Vila Nova de Gaia, vai acolher a segunda fase de vacinação contra a covid-19 neste concelho, revelou hoje a câmara, que vai disponibilizar apoio logístico ao hospital e centros de saúde.
“Encerramos a primeira fase de vacinação dos lares, num processo duro e difícil. Agora, rumo à segunda fase, a câmara está a montar com os ACeS [Agrupamentos de Centros de Saúde] e o hospital a logística necessária no Pavilhão das Pedras. Além da cedência do pavilhão, toda a logística do município está ao serviço deste processo”, referiu Eduardo Vítor Rodrigues.
O autarca, que falava no período antes da reunião de câmara que esta tarde decorreu por vídeo conferencia devido às contingências da pandemia da covid-19, avançou que também a Polícia Municipal e os bombeiros do concelho estão envolvidos no processo.
“O que não for possível [no pavilhão], será vacinado ao domicílio”, referiu o presidente da câmara de Gaia, no distrito do Porto, referindo-se a idosos acamados.
Em causa está a segunda fase do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, que arranca com os idosos a partir dos 80 anos e prevê a criação de pelo menos um centro de vacinação por concelho.
Numa fase reservada a perguntas dos jornalistas, Eduardo Vítor Rodrigues revelou que mantém “em carteira mais soluções, caso as vacinas sejam muitas e a logística tenha de ser repensada”.
Assim, a alternativa na malha mais interior do concelho é o Pavilhão de Perosinho, enquanto o Centro de Alto Rendimento da Lavandeira fica de prevenção na malha urbana.
“Para os mais de 80 a vacinação pode começar de um dia para o outro, basta a ARS- Norte [Administração Regional de Saúde do Norte receber vacinas e até pode começar esta semana. Apontamos para um horizonte de 5.000 pessoas, mas depende de muitos fatores e a decisão e operacionalização é dos ACeS, apenas contribuímos com logística”, referiu.
O autarca avançou que, embora as pessoas a vacinar possam optar por se deslocar em meios próprios, estarão disponíveis carros com motorista incluído os da presidência e da vereação para transportar quer os utentes da vacinação, quer enfermeiros.
Quanto à vacinação dos lares de Gaia, ao todo foram vacinadas 1.900, ficando de fora cerca de uma centena devido a surtos localizados.
No dia 10 de fevereiro, é iniciado o processo de segunda toma da vacina.
Paralelamente, na mesma reunião camarária, os vereadores do PSD também aproveitaram o período antes da ordem do dia para “deixar contributos e reflexões” sobre a gestão das consequências da pandemia da covid-19.
Duarte Besteiro apresentou à vereação um documento de seis páginas, no qual os sociais-democratas fazem várias sugestões de medidas, começando desde logo pela convicção de que no que diz respeito às empresas “justifica-se em Gaia ir mais além” porque “o tecido empresarial corre risco de colapsar” e se “prevê um confinamento longo, penoso e difícil”.
O PSD sugeriu a criação de um programa de apoio à recuperação económica Local que teria como destinatários todas as empresas sediadas em Gaia que “a partir da data da implementação desta medida e até um termo a definir, por exemplo até 31 de maio de 2021, adquiram bens e serviços a outras empresas, também sediadas no concelho”.
“Na aquisição de bens e serviços, necessários para a retoma da sua atividade, as empresas mediante faturas comprovativas da aquisição, receberiam um apoio até 500 euros, grosso modo, equivalente ao IVA suportado na aquisição dos referidos bens”, foi uma das propostas descritas.
Adicionalmente Duarte Besteiro e Cancela Moura, vereadores da oposição à maioria socialista de Vila Nova de Gaia, propuseram que cada empresa que aderisse a este programa “pudesse receber 600 euros por cada funcionário efetivo do seu quadro de pessoal, até um limite de 3.000 euros, ou seja, cinco funcionários, com o compromisso de honra de manter esses postos de trabalho até ao final do ano de 2021”.
Quanto a apoios a famílias, os sociais-democratas destacara três problemas “atuais e urgentes”: violência doméstica, fome e saúde mental.
A criação de uma linha direta de apoio à vítima, bem como de um espaço de acolhimento temporário e de uma alínea especifica no programa de apoio ao arrendamento foram algumas das sugestões, às quais se somaram a criação de rede de lojas solidárias com o envolvimento de todas as juntas do concelho para acolher doações a distribuir por famílias carenciadas e instituições, o que se poderia materializar, defendeu o PSD, numa espécie de congénere do Banco Alimentar Contra a Fome.
Entre outras medidas, o PSD de Gaia também sugeriu a criação do “Voucher Restauração” para ajudar restauração e famílias carenciadas e de sessões através do “Gaia Online” para “manter contacto regular e permanente com gaienses através das redes sociais”, bem como promover talentos locais e criar atividades para ajudar os pais no período de confinamento, entre outras ideias.
“Algumas questões necessitam de enquadramento jurídico, mas são ideias que fazem todo o sentido e vamos analisar”, reagiu Eduardo Vítor Rodrigues.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.227.605 mortos resultantes de mais de 102,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, enquanto em Portugal morreram 12.757 pessoas dos 726.321 casos de infeção confirmados.