A comissária europeia da Saúde disse hoje que a maioria dos Estados-membros da União Europeia (UE) está “muito bem preparada” para lidar com o novo coronavírus chinês, mas admitiu “financiamento de emergência” para os países darem resposta se necessário.
“A maioria dos Estados-membros está muito bem preparada para enfrentar o caso na Europa”, declarou Stella Kyriakidou, falando num debate sobre este vírus na mini sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Recordando que, “até ao momento, existem quatro casos confirmados em França, quatro na Alemanha e esta tarde soube-se ainda de um caso na Finlândia”, a comissária europeia garantiu estar em “contacto permanente” com estes e outros países da UE para “garantir que as medidas necessárias de contenção são adotadas”.
De acordo com Stella Kyriakidou, quase todos os Estados-membros têm manifestado “capacidade de lidar com casos suspeitos”, realizando desde logo triagens nos pontos de entrada nos países e dando conselhos aos seus cidadãos sobre viagens para a China.
A comissária referiu que os países dispõem ainda de equipamentos e laboratórios para eventuais testes de despiste.
“Se a situação piorar, vamos pensar noutros apoios aos Estados-membros, o que pode incluir financiamento de emergência para dar resposta ao surto”, indicou.
Para já, certo é que Bruxelas vai realizar ações de repatriamento de cidadãos europeus na China na sequência da ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil a pedido de França.
Na terça-feira, foi anunciado que a UE vai enviar dois aviões, entre hoje e sexta-feira, à região chinesa de Wuhan que vão repatriar, devido ao coronavírus, 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitem, independentemente da nacionalidade.
“Esperamos que esses cidadãos europeus possam voltar o mais cedo possível para a Europa”, disse a comissária Stella Kyriakidou perante os eurodeputados.
A responsável adiantou estar a ser considerada a convocação de um conselho de urgência dos ministros da Saúde da UE para debater este surto, em Bruxelas, “mas essa ainda não é a situação”.
A Finlândia confirmou hoje o primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus no país, com as autoridades locais a precisarem que a paciente é uma turista chinesa que se encontra estável.
A Finlândia junta-se assim aos outros dois países na Europa - França e Alemanha - que já identificaram pessoas contaminadas pelo novo coronavírus detetado
A China elevou para 132 mortos e mais de 5.900 infetados o balanço de vítimas do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan.
Além do território continental da China, e agora na Finlândia, foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália, Canadá, Alemanha, França e Emirados Árabes Unidos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu, também hoje, voltar a convocar, na quinta-feira, o Comité de Emergência para determinar se o surto do novo coronavírus, com origem na China, deve ser uma emergência de saúde pública internacional.