A Papua Nova Guiné anunciou hoje a recusa de entrada no território a viajantes estrangeiros oriundos da Ásia, uma medida drástica para impedir a chegada do novo coronavírus (2019-nCoV) que apareceu na cidade chinesa de Wuhan.
"A todos os cidadãos de portas de embarque asiáticas será recusada a entrada no território a partir de hoje", indicou o Ministério do Interior de Papua numa nota dirigida às companhias aéreas e empresas de transporte marítimo.
O ministério também anunciou que a única fronteira terrestre do país com a província indonésia de Papua será fechada esta quinta-feira.
Nenhum caso do coronavírus foi registado na Papua Nova Guiné, um país que já enfrenta sérios problemas de saúde pública, como o regresso da poliomielite, que tinha sido declarada como erradicada em 2000.
Já os nacionais que regressem de países asiáticos ficarão em quarentena durante 14 dias.
O único ponto de entrada ou saída do país passa a ser o Aeroporto Internacional de Port Moresby.
A maioria dos voos neste aeroporto são domésticos ou da vizinha Austrália.
"Esta é uma medida preventiva tomada para garantir que a disseminação do coronavírus, que se propaga rapidamente pelo mundo, seja minimizada", disse o ministro da Imigração, Westly Nukundi Nukundj.
O número de infeções pelo novo coronavírus na China já excedeu o da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) no país entre 2002 e 2003, que matou 774 pessoas em todo o mundo, segundo dados oficiais hoje divulgados.
As autoridades de saúde chinesas anunciaram 5.974 casos confirmados de contaminação na China continental, mais 1.400 em relação a terça-feira, e elevaram o número de mortes para 132.
O vírus da SARS tinha infetado 5.327 pessoas no país e causado a morte a 774 pessoas em todo o mundo, dos quais 648 na China, incluindo Hong Kong.
Além do território continental da China, de França e Alemanha, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália e Canadá.
Vários países já começaram o repatriamento de cidadãos de Wuhan, cidade que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, situação que afeta 56 milhões de pessoas.