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Vírus: Brasil recomenda a cidadãos que evitem viagens à China

LUSA
28-01-2020 18:03h

O Governo brasileiro aumentou hoje o alerta sobre o novo coronavírus e orientou os cidadãos do país a evitarem viajar para a China.

“Com o aumento do nível de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade”, diz um comunicado publicado na página da internet do órgão.

A recomendação faz parte das diretrizes publicadas no novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde brasileiro, com informações sobre vigilância e assistência da rede pública de saúde.

Para o Governo brasileiro, todo o território chinês passou a ser considerado área de transmissão ativa da doença. Com isso, as pessoas vindas deste país nos últimos 14 dias e que apresentem febre e sintomas respiratórios podem ser consideradas casos suspeitos.

O ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, reforçou a orientação numa conferência de imprensa realizada hoje de manhã, em Brasília.

“Nós desaconselhamos e não proibimos as viagens para a China. Não se sabe, ainda, qual é a característica deste vírus que é novo e sabemos que ele tem alta letalidade”, destacou.

“Não é recomendável que a pessoa se exponha a uma situação dessas e depois retorne ao Brasil e exponha mais pessoas. Recomendamos que, não sendo necessário, que não se faça viagens, até que o quadro todo esteja bem definido”, acrescentou o ministro brasileiro.

O Brasil informou que há oficialmente um caso suspeito do novo coronavírus, que está a ser monitorizado pelo Ministério da Saúde, na cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais.

A paciente é uma estudante que apresentou sintomas da doença e tem histórico de viagem para Wuhan, na China, epicentro dos casos.

“A paciente está a ser tratada em isolamento e apresenta boas condições de saúde. Exames laboratoriais estão a ser realizados para identificar ou não o vírus”, de acordo com o comunicado do Governo brasileiro.

A China elevou para 106 mortos e mais de 4.000 infetados o balanço do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

O anterior balanço apontava para 80 mortos e mais de 2.700 infetados.

As autoridades de Pequim confirmaram a primeira morte na capital chinesa de uma pessoa infetada pelo novo coronavírus (2019-nCoV), um homem de 50 anos que esteve na cidade de Wuhan, em 08 de janeiro.

Um primeiro caso confirmado de contaminação com este vírus foi registado na Alemanha esta segunda-feira, o segundo país afetado da Europa, depois de França.

Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.

As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.

As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

O Governo chinês decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.

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