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Vírus: Macau prolonga por dois dias feriados de ano novo para a função pública

LUSA
28-01-2020 13:22h

O Governo de Macau anunciou hoje o prolongamento por dois dias "dos feriados do ano novo chinês" para a função pública para diminuir o risco de contágio do novo coronavírus chinês.

"A suspensão de trabalho para os funcionários públicos nos dias 30 e 31 de janeiro pretende evitar a aglomeração de pessoas e diminuir a possibilidade de contágio", afirmou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, em conferência de imprensa.

No dia seguinte a ter sido registado no território o sétimo caso importado de infeção com o novo coronavírus (2019-nCoV), Ao Ieong U indicou que as creches públicas "vão suspender o serviço a partir de amanhã [quarta-feira]", remetendo o anúncio da reabertura para data posterior.

A responsável acrescentou que o reinício das aulas vai também ser adiado "mais uma vez", mas a nova data será anunciada "no início de fevereiro". Em 24 de janeiro último, as autoridades locais tinham adiado o regresso às aulas no ensino não superior de 03 para 10 de fevereiro, enquanto no ensino superior foi adiado para 11 de fevereiro.

A secretária apelou às entidades privadas, empresas e creches, para seguirem "as medidas preventivas decretadas pelo Governo" local.

O secretário para a Administração e Justiça indicou que o Governo central chinês suspendeu a emissão de vistos individuais para turistas de todo o país a partir de hoje. André Cheong disse que, para já, está fora de questão o encerramento das fronteiras de Macau com a China.

"As medidas tomadas pelas autoridades de Macau estão a surtir bons efeitos e em relação às fronteiras não temos essa decisão, mas já considerámos outras medidas que serão aplicadas quando necessário", sublinhou.

Na segunda-feira, as agências de viagens chinesas já tinham deixado de poder vender reservas de hotel e viagens em grupo, na sequência da decisão do Governo chinês de suspender excursões no país e no estrangeiro, na sequência do surto do novo coronavírus, que já causou 106 mortos e mais de 4.600 infetados na China.

Sobre os residentes de Macau atualmente na província chinesa de Hubei ou na capital, Wuhan, centro do surto, Ao Ieong U falou em 25 pessoas.

"Estamos em contacto diário, por telefone, e proporcionamos os recursos necessários para ficarem em lugares seguros", afirmou.

Em contrapartida, nenhuma entrada de residentes de Hubei ou Wuhan foi registada desde as 00:00 de segunda-feira, tendo sido barradas mais de 300 pessoas, disse aos jornalistas Wong Kim Hong, do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).

No domingo, o Governo de Macau tinha imposto a obrigatoriedade de apresentação de uma declaração médica para qualquer residente da província de Hubei, para comprovar que a pessoa não está infetada e para isso deve ter passado 14 dias em isolamento e sob acompanhamento médico, em estabelecimentos oficiais.

Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.

Alguns países, como Estados Unidos, França, Alemanha e Portugal estão a preparar com as autoridades chinesas a retirada dos seus cidadãos de Wuhan, onde também se encontram duas dezenas de portugueses. O Japão anunciou que vai enviar ainda hoje um avião para retirar cerca de 200 nacionais daquela cidade chinesa.

As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.

As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

O Governo chinês decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.

A região de Wuhan encontra-se em regime de quarentena, situação que afeta 56 milhões de pessoas.

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