A entrada de passageiros no Aeroporto Internacional 04 de fevereiro, em Luanda, está a ser rastreada para prevenir a introdução do Coronavírus através da medição de temperatura e preenchimento de formulários, revelou a ministra angolana da Saúde.
“Estamos a instalar no Aeroporto 04 de Fevereiro, nas áreas de desembarque, equipamentos de medição da temperatura”, ou seja termómetros com tecnologias sofisticadas que conseguem detetar aumento da temperatura corporal à distância, disse Sílvia Lutucuta, à margem de uma reunião de alto nível entre o governo de Angola e o Fundo Global , parceiro do Estado angolano na prevenção e tratamento do VIH/SIDA, malária e tuberculose.
“No aeroporto 04 de fevereiro e outros, estamos a passar a mensagem à população de quais são os sinais de alerta - febre muito elevada, dificuldade respiratória, tosse – e que cuidados devem ter”, continuou a ministra, adiantando que o despiste está a ser também feito através do preenchimento de fichas, “que serão de notificação se houver alguma situação de alerta”.
Segundo números divulgados no ano passado pelo Jornal de Angola viviam no país africano. no ano passado, cerca de 260 mil chineses e Angola é considerado o segundo maior parceiro comercial da China, onde surgiu o vírus, na cidade de Wuhan.
Mas as medidas aplicam-se a cidadãos provenientes de vários países.
“Os casos não se registam só na China, temos casos na Europa, na América e vários países da Ásia e então as medidas têm de ser iguais para todos”. Todas as pessoas que entram em Angola são sujeitas ao controlo da temperatura e preenchem uma ficha em que além dos dados pessoas de identificação, deverão indicar se têm algum destes sintomas, indicou a responsável da pasta da Saúde.
Além das medidas que estão a ser tomadas nos aeroportos, está também “a ser dada formação aos profissionais” de saúde e reforçadas as medidas de vigilância local, nas fronteiras, nas estações de comboios, nos autocarros e em todos os locais de grande aglomeração de pessoas.
Nos hospitais estão também a ser criadas áreas de isolamento para isolar e tratar casos suspeitos, disse ainda Sílvia Lutucuta.
Numa circular enviada, na sexta-feira, aos diretores provinciais de saúde e diretores de hospitais nacionais, a Direção Nacional de Saúde Pública (DNSP) informou que não se registava até ao momento nenhum caso suspeito da doença em Angola, mas alertava para o “risco evidente de introdução do Coronavírus” devido ao grande movimento migratório.
A DNSP decretou, por isso, um conjunto de medidas de prevenção e controlo da situação epidemiológico incluindo notificação imediata de casos e óbitos suspeitos, recomendações relativas ao manuseamento de doentes e encaminhamento de casos suspeitos para o hospital de referência
Cientistas da Universidade de Hong Kong (HKU) alertaram hoje para uma disseminação acelerada do Coronavírus, que já matou oficialmente 80 pessoas na China e infetou outras 2.744 pessoas.
Segundo os investigadores de Hong Kong, modelos matemáticos estimam que o número de casos do novo Coronavírus (2019-nCoV) seja superior a 40.000 e que os Governos devem adotar medidas severas para restringir os movimentos populacionais.
Em apenas de 24 horas, o número de casos suspeitos duplicou para quase 6.000.
As autoridades anunciaram 24 novas mortes desde domingo na região de Hubei, mas não registaram óbitos provocados pelo vírus fora daquela província.
Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.
As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.
O diretor da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, é esperado em Pequim para discutir a situação com as autoridades chinesas.