O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, encontra-se hoje a Wuhan, epicentro da nova epidemia de coronavírus, que já infetou mais de 2.700 pessoas e causou a morte a pelo menos 80, informou o Governo.
Li está em Wuhan para "investigar e orientar" os esforços das autoridades para conter o vírus, acrescentou o Governo em comunicado.
Esta é a primeira visita de um alto responsável do regime comunista à cidade desde o início da epidemia.
A China elevou hoje para 80 mortos e mais de 2.700 infetados o balanço do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
As autoridades anunciaram 24 novas mortes desde domingo na região de Hubei (e mais de 700 casos), mas não registaram óbitos provocados pelo vírus fora daquela província.
Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.
As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.
As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.
O Governo decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.
O diretor da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, é esperado em Pequim para discutir a situação com as autoridades chinesas.
A região de Wuhan encontra-se em regime de quarentena, situação que afeta 56 milhões de pessoas.
Alguns países, como Estados Unidos, Japão e França, estão a preparar com as autoridades chinesas a retirada dos seus cidadãos de Wuhan, onde também se encontram duas dezenas de portugueses.
A China prolongou já por três dias as férias do Ano Novo Lunar, até 02 de fevereiro, para desencorajar viagens e tentar conter a propagação do coronavírus.
Dezenas de milhões de chineses que visitaram as suas cidades natal ou pontos turísticos deveriam regressar a casa esta semana no maior movimento de pessoas a nível mundial que se repete todos os anos, aumentando o risco de o vírus se espalhar em comboios e aviões lotados.