O PAN quer saber quais as medidas de controlo preventivo do coronovírus à entrada de Portugal estão a ser adotadas pelo Governo, pedindo ainda garantias de que a situação de cidadãos portugueses na China está a ser acompanhada.
Em comunicado, o PAN anunciou estas duas perguntas, que vão ser entregues no parlamento já na segunda-feira.
O objetivo do PAN é, por um lado, "apurar os mecanismos de monitorização e controlo preventivo que estão a ser adotados junto de cidadãos que estão a chegar ao país, provenientes de países com casos confirmados de infeção pelo coronavírus, nomeadamente nos aeroportos nacionais".
"O PAN pretende ainda saber como está o Governo a acompanhar os casos dos cidadãos portugueses em viajem ou a residir na China", refere a mesma nota.
Segundo a líder parlamentar e deputada do partido, Inês de Sousa Real, citada na mesma nota, o PAN quer perceber junto do Ministério da Saúde se, tendo em conta o número de óbitos provocados pelo coronavírus e a rapidez com que o vírus tem-se alastrado a outros países, "estão a ser aplicadas medidas especiais de controlo entre os viajantes à chegada a Portugal, nomeadamente nos aeroportos ou por via marítima, de forma preventiva".
O partido pretende ainda que o executivo socialista esclareça "que medidas especiais estão previstas ou devem ser adotadas para evitar eventuais casos de contágio entre as populações mais vulneráveis, como sejam crianças, idosos e doentes crónicos, quando em locais públicos".
"Adicionalmente, questiona ainda sobre se a Direção-Geral de Saúde (DGS) prevê incrementar, através de diferentes suportes comunicacionais, a informação aos cidadãos quanto às precauções a tomar para evitar o contágio, nomeadamente junto de escolas, unidades de saúde, entre outros locais de maior afluência de pessoas", refere ainda.
O PAN manifesta ainda preocupação com a situação de cidadãos portugueses em viajem ou a residir nas cidades ou províncias chinesas mais afetadas pelo surto do Coronavírus. "Pretendemos saber junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, qual o número exato de portugueses nessa situação, que acompanhamento estão a ter e que meios estão a ser disponibilizados para poderem regressar a Portugal, se assim o pretenderem", acrescenta a mesma nota.
O novo coronovírus detetado em Wuhan no final do ano infetou mais de duas mil pessoas e provocou pelo menos 56 mortos na China, segundo o balanço mais recente da Comissão Nacional de Saúde chinesa.
Além da China continental, há quase meia centena de infeções confirmadas em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde informou hoje que o caso suspeito de infeção em observação em Lisboa foi negativo, após realização de análises laboratoriais.
Trata-se de um homem que tinha regressado de Wuhan no sábado, e que foi internado no Hospital Curry Cabral em situação estável.
O Centro Europeu de Controlo de Doenças admitiu que a possibilidade de transmissão secundária no espaço da União Europeia é baixa, "desde que sejam cumpridas as práticas de prevenção e controlo de infeção relacionadas com um eventual caso importado".
As autoridades chinesas alertaram que o país está no ponto "mais crítico" quanto ao controlo do vírus e suspenderam transportes, cancelaram celebrações do Ano Lunar do Rato e colocaram em quarentena 13 cidades.