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Vírus: EUA anunciam que vão retirar cidadãos norte-americanos retidos em Wuhan

LUSA
26-01-2020 11:38h

Os Estados Unidos anunciaram que estão a preparar a retirada do seu pessoal diplomático e de outros cidadãos norte-americanos que se encontram retidos em Wuhan, centro do surto do novo coronavírus.

Washington está a preparar um voo direto de Wuhan para São Francisco na terça-feira, informou o Departamento de Estado em comunicado.

Os Estados Unidos mantêm um consulado em Wuhan, a cidade onde foram relatadas a grande maioria das infeções e mortes do novo coronavírus.

"O espaço [do avião] é extremamente limitado e, se não for possível transportar todos, será dada prioridade aos que estão em maior risco", acrescentaram as autoridades norte-americanas.

Outros países estão a planear a retirada dos seus cidadãos de Wuhan, desde quinta-feira em quarentena, uma cidade de 11 milhões de habitantes e capital da província de Hubei, no centro da China.

A França está a considerar a retirada dos seus cidadãos através de autocarro, e autoridades portuguesas estão a cooperar com outros países europeus para reforçar o apoio aos cidadãos nacionais que se encontram em Wuhan.

“Estamos em contacto com os cidadãos e a cooperar com outros países europeus para procurar reforçar o apoio aos compatriotas portugueses retidos” em Wuhan, disse, no sábado, à Lusa fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.

Um dos cenários, adiantou a mesma fonte, é o de retirar os portugueses daquela cidade, “se isso for viável à luz das regras de saúde pública”.

Na sexta-feira, o Governo tinha indicado à Lusa que a embaixada portuguesa tem estado a estabelecer contacto com os portugueses, tendo identificado duas dezenas de cidadãos que são ali residentes ou que se encontram em visita à cidade.

Segundo o gabinete governamental, destes 20 cidadãos, “14 pessoas estavam já registadas como residentes em Wuhan junto da embaixada de Portugal em Pequim”.

O número de mortos devido ao novo coronavírus detetado na China aumentou para 56 e infetou 1.975 pessoas no país, das quais 324 estão em estado grave, anunciou hoje a Comissão Nacional de Saúde chinesa.

Durante o sábado, 15 novas mortes foram registadas e 688 novas infeções foram identificadas, detalharam as autoridades chinesas.

Além da China continental, há quase meia centena de infeções confirmadas em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.

As autoridades chinesas alertaram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus, cancelaram as celebrações do Ano Lunar do Rato e colocaram em quarentena 13 cidades.

Os sintomas associados à infeção causada pelo coronavírus com o nome provisório de 2019-nCoV são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, como falta de ar.

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