A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) lamentou hoje a ausência de respostas concretas por parte do Ministério da Saúde perante o aumento da violência contra os profissionais de Saúde.
A tomada de posição surge depois de uma médica ter sido agredida na passada quinta-feira numa consulta no Serviço de Urgência do Hospital de Águeda, no distrito de Aveiro.
Condenando a agressão, o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, afirmou que estas situações “estão a tomar proporções descontroladas”.
“Urge uma resposta rápida, eficaz e eficiente perante o agravamento deste problema que afeta, cada vez em maior número e gravidade, os profissionais de saúde”, declarou aquele responsável, citado numa nota de imprensa do SRCOM.
Carlos Cortes considera que a mensagem do Ministério da Saúde tem sido “complacente e permissiva”, defendendo que “é preciso agir, rapidamente, antes que surja alguma situação de especial complexidade e com consequências trágicas”.
“O Ministério da Saúde tem de dialogar com as organizações profissionais perante o agravamento dos casos de violência. Até agora, temos assistido à intenção de criar medidas fantasiosas. Não é possível continuar a assistir a esta inação da tutela, perante as queixas de injúrias, ameaças, discriminação e violência física”, vincou.
Na mesma nota, o presidente do SRCOM refere que já solicitou uma reunião, com caráter de urgência, junto dos responsáveis da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro.
“O Ministério da Saúde está a mostrar desorientação total e incapacidade para proteger e dar segurança aos seus profissionais", critica Carlos Cortes, sustentando que são necessárias medidas que visem proteger os profissionais de saúde para as situações de violência.
O presidente da SRCOM garante ainda estar a acompanhar a situação ocorrida no Hospital de Águeda, através do seu Gabinete de Apoio ao Médico, e a "delinear a intervenção necessária" junto da colega alvo de agressões.
O JN noticiou hoje que uma médica de 33 anos foi agredida na noite de quinta-feira na Urgência do Hospital de Águeda, por uma mulher que acompanhava o filho a uma consulta.
Na origem da discussão terá estado a insatisfação da agressora relativamente a uma série de questões levantadas durante a consulta relativamente à doença do filho.
“Ao aperceber-se da agressividade verbal da mulher, a médica dirigiu-se para a saída do consultório e foi nessa altura que foi agredida a murro. Ao defender a cabeça, a vítima foi atingida na mão, fraturando um osso da mão”, refere o JN.
Os responsáveis do hospital chamaram a GNR, que identificou a agressora.