Dezasseis hotéis e os dois balneários das Termas de S. Pedro do Sul vão ser aquecidos pelas águas que brotam da terra a 68,7 graus, no âmbito de um projeto de geotermia orçado em 1,6 milhões de euros.
“O potencial que a água termal tem aqui é muito superior ao que nós utilizamos”, afirmou hoje o presidente do conselho de administração da Termalistur, Vítor Leal, durante a cerimónia de assinatura do contrato de financiamento deste projeto.
Segundo Vítor Leal, atualmente as águas quentes e sulfurosas são sobretudo utilizadas para tratamentos.
“A pequena utilização que nós fazemos da geotermia hoje em dia, com aproveitamento para aquecimento de dois balneários, de uma forma muito incipiente, e para dois pequenos hotéis, irá estender-se a todos os hotéis e pensões que existem nesta localidade”, explicou.
O responsável frisou que se trata de “um projeto extremamente ambicioso”, que “irá levar energia geotérmica a 16 hotéis da estância termal, numa primeira fase”.
“Esperamos que depois, numa futura fase, possamos alargar a mais hotéis e pensões e a outras instituições que estão aqui nas Termas”, acrescentou.
O presidente da Termalistur realçou os efeitos que este projeto terá não só na poupança de emissão de CO2 e na sustentabilidade ambiental, “mas também do ponto de vista económico para as empresas que gerem os hotéis e pensões, que têm nas despesas energéticas um grande custo”.
O secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, disse que este é um exemplo de como, “partindo de uma longa tradição de termalismo”, se percebeu que “se pode otimizar o uso da água e alargar este recurso à sua utilização como fonte de energia”, reforçando e tornando “mais robusto” o termalismo em S. Pedro do Sul.
“É um exemplo perfeito de um desenvolvimento equilibrado, sustentável e harmonioso. O Governo tudo fará para que este projeto tenha sucesso e para que mais projetos como este aconteçam em Portugal”, sublinhou.
João Galamba garantiu que, se “S. Pedro do Sul tiver a prazo o potencial de aquecer uma parte significativa das casas do seu concelho através da energia geotérmica, deve fazê-lo” e o Estado apoiará esse investimento.
O presidente da Câmara de S. Pedro do Sul, Vítor Figueiredo, disse que a assinatura do contrato hoje realizada é “um grande passo” para as termas, que são frequentadas anualmente por mais de 20 mil pessoas (nas vertentes de termalismo de saúde e de bem estar).
“O aproveitamento da energia geotérmica faz parte de uma estratégia alargada, que pretende afirmar cada vez mais a imagem das Termas na área do turismo de saúde e de bem-estar, impulsionando o número de termalistas e de turistas na nossa região”, realçou.
Vítor Figueiredo contou que “o município, em conjunto com o setor privado e com o apoio do Estado, está a levar a levar a cabo uma série de projetos de fundo, que representam um investimento de 17 milhões de euros, com comparticipações que rondam os 12 milhões de euros”.
Entre estes projetos está a requalificação de unidades hoteleiras e da Estação de Tratamento de Águas Residuais, a conclusão da musealização do balneário romano, o percurso lúdico do Vouga, a criação de uma represa, a limpeza do rio e a ecopista do Vouga.
O projeto de geotermia será comparticipado em 70% pelo Fundo de Apoio à Inovação.