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Vírus: Macau adia reinício das aulas, alunos vão estudar em casa

LUSA
24-01-2020 10:22h

As autoridades de Macau adiaram o reinício das aulas nas escolas do ensino não superior pelo menos durante uma semana devido ao coronavírus chinês de Wuhan, anunciou hoje a Direção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

“Face à situação epidemiológica de pneumonia do novo tipo de coronavírus, de Wuhan, a DSEJ anunciou que, após os feriados do Ano Novo Lunar, o reinício das aulas, nas escolas do ensino não superior de Macau, será efetuado no dia 10 de fevereiro de 2020 (segunda-feira) ou em data posterior”, pode ler-se no ‘site’ da direção.

A DSEJ sublinhou ainda que “as escolas devem fazer os preparativos necessários para que os alunos realizem as suas aprendizagens em casa”.

Por outro lado, as autoridades de educação do território indicaram que os “centros de apoio pedagógico complementar particulares e as instituições da educação contínua devem, também, adiar a data de reinício das respetivas atividades para 10 de fevereiro ou data posterior”.

“A DSEJ continuará a acompanhar, de forma estreita, o desenvolvimento da epidemia, adotando medidas adequadas em tempo oportuno”, refere-se no mesmo texto.

O número de mortos na China devido ao surto de coronavírus detetado na cidade de Wuhan, no centro do país, subiu hoje para 25 e o de casos confirmados aumentou para 830.

Macau está a recusar nas fronteiras a entrada e saída de pessoas com febre para ajudar a conter o surto, e quem tiver febre será encaminhado para a respetiva avaliação clínica.

As autoridades de Macau identificaram na quinta-feira uma segunda pessoa infetada, um homem de 66 anos, que, tal como o primeiro caso, uma mulher de 52 anos, é oriundo de Wuhan.

Atualmente em regime de isolamento, a situação clínica de ambos é considerada estável.

Outras 15 pessoas estavam na quinta-feira em regime de isolamento, cinco das quais são considerados casos de alto risco. Outras oito pessoas encontravam-se numa urgência especial a aguardar os resultados de um teste que permita despistar a doença.

Na quinta-feira, o chefe do Governo de Macau admitiu também que os casinos do território, capital mundial do jogo, podem ser obrigados a fechar caso a situação de contágio se agravar no território.

Macau elevou no dia 05 de janeiro o alerta de emergência para o nível três, um grau de risco elevado que exige um acompanhamento mais apertado.

Desde então, proibiu excursões de e para Wuhan, foram suspensos voos para aquela cidade onde foi detetado o vírus, cancelou as comemorações do Ano Novo Lunar, está a proceder a desinfeções em locais públicos (mercados públicos, transportes) e obrigou funcionários públicos e trabalhadores dos casinos a usarem máscara.

O governante disse na mesma conferência de imprensa que o território encomendou 20 milhões de máscaras individuais de proteção no estrangeiro porque o produto está esgotado em alguns pontos na China devido ao vírus de Wuhan.

O chefe do Governo sublinhou que o território também já acautelou o reforço de máquinas de ventilação de apoio respiratório e de medicamentos.

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas neste período.

As autoridades chinesas consideraram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas, — Wuhan, a as vizinhas Huanggang e Ezhou.

Os mais de 800 casos registados têm alimentado receios sobre uma potencial epidemia semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Além da China continental, foram já detetados casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão, Vietname, Singapura e Estados Unidos.

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