O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde disse quinta-feira que a embaixada do país na China está a aconselhar os seus estudantes a ficar em casa e a evitar viagens, por causa do risco de transmissão do coronavírus.
Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, Luís Filipe Tavares começou por informar que Cabo Verde tem mais de 350 estudantes na China e que neste momento estão de férias.
Por isso, a embaixada está a acompanhar "com toda a atenção esta situação" e a passar todas as informações aos estudantes, afirmou o chefe da diplomacia cabo-verdiana.
"Estamos a passar informação através da embaixada aos estudantes, para ficarem em casa, para evitarem viagens da região onde estão para outras regiões chinesas, mas também viagens internacionais", avançou.
O ministro disse ainda que não há motivos para preocupação.
"Queria tranquilizar as famílias cabo-verdianas que têm os filhos e familiares lá na China que a nossa embaixada em Pequim está a acompanhar esta situação, e nós pedimos aos nossos estudantes para cumprirem rigorosamente as instruções das autoridades sanitárias chinesas", insistiu Luís Filipe Tavares, garantindo que a comunidade estudantil cabo-verdiana na China está bem.
O novo vírus que causa pneumonias virais foi detetado na China no final de 2019 e já provocou a morte a pelo menos 17 pessoas.
Só no território continental chinês há registo de mais de 600 pessoas infetadas e foram já detetados casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos.
As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas — Wuhan, a as vizinhas Huanggang e Ezhou.
Num esforço sem precedentes para tentar travar a propagação, cancelaram também as comemorações do Ano Novo chinês em várias localidades, incluindo a capital, Pequim.
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS), reunido na quarta-feira, em Genebra, na Suíça, optou por não declarar emergência de saúde pública internacional, receando que seja demasiado cedo.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Wuhan, capital e maior cidade da província de Hubei, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.