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Covid-19: Obras da Unidade de Cuidados Respiratórios em Matosinhos concluídas este mês

LUSA
04-12-2020 16:56h

A única Área Dedicada para Doentes Respiratórios (ADR) no concelho de Matosinhos, distrito do Porto, estará concluída até ao final deste mês e irá libertar outras unidades para a atividade assistencial a outros doentes, anunciou hoje o Governo.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, aos jornalistas no final de uma visita à Unidade de Cuidados Respiratórios, que ainda está em obras, localizada na Avenida Dom Afonso Henriques, em Matosinhos.

“Esta obra é mais um exemplo paradigmático da parceria que é possível interinstitucional, neste caso entre a sociedade civil”, nomeadamente entre a BP, a Repsol e a Petrogal, a Unidade Local de Saúde, a Câmara Municipal de Matosinhos”, afirmou o governante.

Lacerda Sales salientou que são “diversos parceiros que constituem uma parceria muito forte para um futuro ADR de comunidade”, que permitirá libertar centros de saúde e outras unidades de saúde para a atividade assistencial.

A unidade ainda está em obras, mas estas ficarão concluídas “até ao final de dezembro”, avançou Lacerda Sales, adiantado que este será “o único ADR do concelho” para doentes respiratórios, que permitirá libertar outras unidades que estão a fazer agora esse trabalho.

António Lacerda Sales defendeu que “será essencial” que os doentes respiratórios conheçam esta unidade e se tiverem sintomatologia recorram a esta unidade, onde podem realizar o teste à covid-19.

“No fundo, haverá a possibilidade também de testar aqui e, portanto, fazer logo a separação daqueles doentes respiratórios que são covid dos doentes não covid”, sublinhou o governante que visitou hoje o Porto, no âmbito do acompanhamento da situação epidemiológica e resposta à pandemia na região.

A região Norte é a que regista o maior número de infeções por SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, totalizando 164.463 casos e 2.300 mortos desde o início da pandemia em março.

Questionado sobre os casos de ‘legionella’ na região Norte, Lacerda Sales afirmou que, neste momento, ainda não há o relatório final do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) sobre esta matéria, mas que estará para “muito breve”.

“Portanto, ainda não podemos estabelecer nexo de causalidade entre aquilo que foram as análises efetuadas nas torres de arrefecimento e aquilo que são as análises das secreções dos doentes”, adiantou.

O governante sublinhou que é preciso esperar que “o processo se dê por terminado para poder estabelecer ou não um nexo causal com as torres de arrefecimento se é que existe”.

O surto de ‘legionella', que desde 29 de outubro afeta os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, já registou 88 casos, dos quais 10 morreram e 11 estão internados.

O Ministério Público anunciou já a abertura de um inquérito para investigar as causas do surto.

Em novembro, as autoridades de saúde confirmaram que foi detetada a presença de ‘legionella' numa das torres de refrigeração do centro de distribuição da empresa de laticínios Longa Vida, em Perafita, Matosinhos.

A empresa revelou na altura, em comunicado, que tinha "desligado preventivamente" o equipamento, a 10 de novembro, mas disse que "não recebeu informação sobre a correlação entre a presença desta bactéria" nas torres de refrigeração e a origem do surto que atingiu o Norte do país.

A doença dos legionários, provocada pela bactéria 'Legionella Pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

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