O Ministério da Saúde do Brasil afirmou hoje que está em alerta para o risco de transmissão do coronavírus no país e que cinco casos suspeitos da doença que estavam a ser investigados foram descartados.
A informação foi divulgada numa conferência de imprensa com representantes do órgão de saúde brasileiro, que informaram que o Governo adotou o nível de alerta 1 para a doença, numa escala que vai até 3, enquanto não há confirmação de transmissão no país.
Julio Henrique Rosa Croda, secretário substituto de Vigilância em Saúde, descartou cinco casos suspeitos de coronavírus e alertou que a doença é preocupante porque o vírus sofreu uma mutação e não se sabe ainda a forma de transmissão.
"Nesse momento, não temos nenhum caso suspeito de coronavírus no Brasil pelo critério da Organização Mundial da Saúde [OMS]", disse Croda.
O ministério brasileiro também divulgou um alerta para que equipas de saúde monitorem pessoas com sintomas e que viajaram para a China ou outras áreas onde o vírus está a ser transmitido.
O novo vírus que causa pneumonias virais foi detetado na China no final de 2019 e já infetou várias centenas de pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.
Há pelos menos 571 pessoas infetadas só no território continental chinês e foram já detetados casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos.
As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas - Wuhan, a as vizinhas Huanggang e Ezhou.
Num esforço sem precedentes para tentar travar a propagação cancelaram também as comemorações do Ano Novo chinês em várias localidades incluindo a capital, Pequim.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto do novo coronavírus.
Emergências de saúde globais recentes incluem a epidemia do Ébola, entre 2014 e 2016, na África Ocidental, e o surto de Zika, em 2015, na América Latina.
Já o Governo brasileiro reforçou que desde que teve conhecimento da doença na China adotou diversas ações de monitoramento e aprimoramento da capacidade de atuação do país.
Entre essas ações, estão a adoção das medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a notificação da área de Portos, Aeroportos e Fronteiras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e outros órgãos com base em dados oficiais.