SAÚDE QUE SE VÊ

“Os privados estarão naquilo e para aquilo que for necessário por parte do SNS”, afirma presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP)

CANAL S+ / VD
24-11-2020 10:32h

Para que não restem dúvidas, Óscar Gaspar assume que os “privados estarão naquilo e para aquilo que for necessário por parte do SNS”. O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) que representa grupos de saúde como a Luz, os Lusíadas, a CUF (José de Mello Saúde) ou a Trofa Saúde esclarece que, no actual contexto da pandemia da COVID-19, os grupos de saúde privados sempre estiveram dispostos a colaborar com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em entrevista ao Canal S+, o antigo secretário de estado lamenta que o Plano de Outono-Inverno, divulgado a 21 de Setembro de 2020, com carácter provisório continue sem ser actualizado. Para Óscar Gaspar “o Plano só fala do SNS e continuamos sem ter uma revisão desse Plano. Continuamos sem saber o que o SNS precisa de nós”.

O presidente da APHP relembra que “Em Março, foi-nos dito que eram precisos hospitais de referência. Preparamos cinco e depois disseram que não era necessário”, mas nesta segunda vaga alerta que “Não é possível reafectar pessoas, equipas e camas de um momento para o outro”.

O dirigente da APHP acrescenta ainda assim que “os grupos privados de saúde disponibilizaram já 600 camas, 86 para doentes COVID-19 e cerca de 500 já se encontram ocupadas por doentes provenientes do SNS”.

Perante a hipótese de uma requisição civil, um cenário jurídico que chegou a ser, várias vezes, posto em cima da mesa, pelo Bloco de Esquerda (BE), Óscar Gaspar afirma que os associados da APHP têm consciência que essa “hipótese jurídica existe desde o Estado de Emergência de Março, sendo que, até à data de hoje, não foi utilizada.” Para o presidente da APHP “é melhor termos um acordo e funcionarmos assim. É uma questão de organização e de planeamento”, atesta.

O antigo secretário de estado, agora à frente da APHP, admite nesta entrevista ao Canal S+ que se no início da pandemia da COVID-19 o grande problema era o acesso a Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) e ventiladores, na segunda vaga que estamos a viver agora o problema reside nos “profissionais de saúde que não se formam de um momento para o outro. Um aspeto que tem de ser gerido com o máximo respeito, até porque há muitos profissionais de saúde com um nível de exaustão muito elevado”, assegura.  

Em Junho de 2020, Óscar Gaspar foi reeleito presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) para o triénio de 2020-2023. Na tomada de posse para o seu segundo mandato afirmou “É um orgulho ser eleito (…) no ano em que a APHP comemora 50 anos de representação e defesa da hospitalização privada portuguesa. Essa continuará a ser a nossa missão, contribuindo para que os hospitais privados mereçam a confiança crescente dos portugueses e tenham condições para reforçar, quer o seu investimento, quer a sua aposta de colocação do cidadão no centro das decisões”.

Óscar Gaspar integra também a direção da União Europeia de Hospitalização Privada (UEHP), assim como a comissão executiva da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

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