As autoridades britânicas anunciaram quarta-feira que vão enviar equipas médicas para receber os passageiros que chegam de Wuhan, cidade do centro da China onde o novo coronavírus foi detetado, enquanto a Itália vai controlar a temperatura dos passageiros.
A partir de quinta-feira, o Ministério da Saúde italiano tem previsto o estabelecimento de um "canal de saúde com controlo da temperatura através de um 'scanner'" no aeroporto de Fiumicino (Roma), que realiza três voos diretos semanais com ligação a Wuhan.
"Também está previsto a compilação de um formulário que indica os destinos e os percursos dos passageiros, depois de desembarcar", explicou o ministério em comunicado.
Outros países introduziram controlos sistemáticos de temperatura para viajantes provenientes da China, incluindo a Rússia (através de câmaras térmicas nos aviões) e a Tailândia.
Em Londres, os três voos direitos semanais entre Wuhan e o aeroporto de Heathrow foram a partir de hoje objeto de uma "vigilância reforçada", indicou por sua vez, o Ministério da Saúde britânico, considerando "baixo" o risco para a população do Reino Unido.
Segundo a mesma fonte, equipas médicas vão receber os passageiros desses voos "para prestar aconselhamento e ajudar aqueles que se sentem mal".
O ministério, que descreve essas medidas como "proporcionais e preventivas", acrescenta que podem ser estendidas a voos de outras cidades chinesas "se necessário".
O nível de risco para a população britânica aumentou de "muito baixo" para "baixo" devido à possível chegada no país de pessoas portadoras do vírus.
O vírus, que foi inicialmente detetado em dezembro passado em Wuhan, cidade do centro da China, espalhou-se para vários países da Ásia e chegou aos Estados Unidos, onde foi identificado o primeiro caso.
Na terça-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças considerou que o risco de importar casos para a União Europeia era "moderado", no entanto por ocasião do Ano Novo chinês pode "aumentar", devido a um aumento de viagens.
As autoridades romenas também indicaram que pretendem estabelecer controlos de temperatura dos passageiros nos aeroportos.
Na França, a ministra da Saúde, Agnès Buzyn, considerou na terça-feira o risco de introdução "baixo", mas "não excluído".
Os controlos de temperatura não foram implementados, no entanto mensagens de precaução são transmitidas em voos diretos de e para Wuhan e cartazes a lembrar os procedimentos a seguir no caso de sintomas são exibidos em aeroportos internacionais, explicou Buzyn.
Na Alemanha, não existem "medidas específicas nesta fase nos aeroportos", segundo o Ministério Federal da Saúde.
Em Portugal, o Governo alertou hoje os portugueses que viagem para a China e zonas próximas que se informem sobre a evolução de um novo vírus e recomendou a turistas e residentes que se registem ou inscrevam no consulado.
O número de casos do novo coronavírus aumentou rapidamente, estando contabilizados atualmente 444 casos confirmados, com 17 mortos, segundo o vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde da China.
Nove pessoas morreram, todas na província de Hubei, cuja capital é Wuhan.
Fora da China, foram confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Tailândia, Taiwan e hoje em Macau.
Os casos alimentam receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.