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Macau garante 20 milhões de máscaras para prevenir vírus chinês de Wuhan e limita compra

LUSA
22-01-2020 10:33h

As autoridades de Macau garantiram hoje o fornecimento de 20 milhões de máscaras até sexta-feira para prevenir o vírus de Wuhan, que causou nove mortos e mais de 400 infetados, com os residentes a terem prioridade na aquisição.

“Vinte milhões de máscaras vão chegar a Macau antes do Ano Novo chinês [Ano Novo Lunar que começa na sexta-feira]” e vai-se procurar “evitar o açambarcamento”, limitando a compra a 10 máscaras a cada dez dias, explicou hoje o diretor dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, em conferência de imprensa, após ser confrontado com o cenário de falta de stock nos estabelecimentos e no dia em que as autoridades anunciaram existir uma pessoa infetada com o vírus originário da cidade chinesa de Wuhan.

O equipamento vai ser adquirido pelos Serviços de Saúde e a venda vai ser efetuada em cerca de meia centena de farmácias comunitárias, acrescentou o responsável, que desaconselhou o uso prolongado de máscaras, referindo que se justifica sobretudo quando a população se deslocar a unidades de saúde ou se sentir febril, exemplificou.

O chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença, Lam Chong, adiantou que os residentes de Macau terão prioridade na aquisição das máscaras, mas sublinhou estar convencido de que haverá stock suficiente para assegurar a procura por parte de não residentes, já que a aquisição poderá ser feita em outros estabelecimentos, mesmo que não exista convenção acordada com os Serviços de Saúde, frisou.

As autoridades adiantaram ainda que foi solicitado ao pessoal de saúde que se encontre no território neste período festivo chinês, que se prolonga até 11 de fevereiro, para que fique de prevenção para prestar o apoio que se justifique necessário.

O comandante da Corporação da PSP Chiu Seng Un esclareceu que está a ser efetuado o controlo de fluxo turístico em pontos de maior concentração de visitantes, de forma a diminuir o risco de transmissão do coronavírus.

O número de casos aumentou rapidamente desde que a nova pneumonia foi detetada no mês passado em Wuhan, um importante centro de transporte doméstico e internacional. No total, há 440 casos confirmados só na China, anunciou hoje o vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin.

Fora da China, foram confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Tailândia, Taiwan e hoje em Hong Kong e em Macau.

Os casos alimentam receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

A Comissão Nacional de Saúde da China alertou que o novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, "pode sofrer mutações e espalhar-se mais facilmente".

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Ao final da manhã, em Macau, as autoridades já tinham dado conta de uma série de medidas de reforço de prevenção e controlo para combater a transmissão deste novo coronavírus, junto dos casinos, nas fronteiras, nos espaços e serviços públicos, bem como durante a realização de grandes eventos, num momento em que Macau atrai milhares de pessoas durante o Ano Novo Lunar.

O caso detetado em Macau diz respeito a uma mulher de 52 anos, comerciante, oriunda da cidade chinesa de Wuhan, que foi submetida a dois testes que confirmaram a doença. Atualmente em regime de isolamento, é considerada uma paciente de alto risco.

A mulher infetada está a receber tratamento no Centro Hospitalar Conde de São Januário.

As autoridades sublinharam que não existe um surto na comunidade e frisaram que as visitas diárias nos hospitais vão ser reduzidas de dois períodos para apenas um.

Os espaços públicos estão a ser alvo de operações de desinfeção, casos das paragens de autocarro e de táxis, e mercados municipais.

Durante as festividades do Ano Novo Lunar, período em que Macau regista um maior fluxo de visitantes, as autoridades vão reforçar testes de medição de temperatura, uma medida promovida também nos serviços públicos, tendo sido determinado o uso de máscaras para trabalhadores em atendimento ao público, uma medida também alargada aos trabalhadores dos casinos.

Após o período das férias do Ano Novo Lunar vão ser tomadas medidas de reforço de prevenção e controlo nas escolas de Macau.

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