A Organização Mundial de Saúde (OMS) reúne hoje na Suíça o seu comité de emergência para avaliar se o surto de coronavírus com origem na China constitui uma emergência de saúde pública internacional.
A reunião, convocada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi agendada depois de conhecido um aumento significativo - para mais de 200, incluindo três mortes - de casos de infeção respiratória, denominada pneumonia viral, provocada por um novo coronavírus detetado na cidade chinesa de Wuhan.
O mesmo coronavírus foi detetado nas cidades chinesas de Pequim e de Shenzhen, em três pessoas que tinham estado recentemente em Wuhan, mas também na Tailândia, no Japão e na Coreia do Sul.
A ansiedade em torno da doença aumentou depois de um especialista do Governo chinês, Zhong Nanshan, ter anunciado que o novo coronavírus é transmissível entre seres humanos.
O vírus foi inicialmente detetado, no mês passado, em Wuhan, cidade do centro da China que é também um importante centro de transporte doméstico e internacional.
O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o ministério chinês dos Transportes, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.
Esta semana foram diagnosticados novos casos em Pequim, Xangai e Shenzhen, que faz fronteira com Hong Kong. Todos estes pacientes visitaram Wuhan recentemente.
Fora da China, quatro casos de infeção com o novo coronavírus foram confirmados entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão e Tailândia, todos também oriundos de Wuhan.
Os casos alimentaram receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que "a fonte primária mais provável" de transmissão é animal, tendo os primeiros casos surgido em pessoas que contactaram com um mercado de pescado na cidade chinesa de Wuhan.
Quinze funcionários hospitalares também apresentaram teste positivo para o vírus, anunciou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan.