Helena Florindo mostra-se otimista, mas cautelosa perante os anúncios, dos últimos dias, da Pfizer e da Moderna, que afirmam ter vacinas com elevado grau de eficácia, superior a 90%, contra o SARS-COV-2.
A professora de Farmácia da Universidade de Lisboa sublinha, em entrevista ao Canal S+, que é “perfeitamente normal surgirem efeitos adversos no processo de criação de uma vacina. Não significa que a segurança não está garantida… Até as vacinas que atualmente nós temos disponíveis produzem. Agora, não nos podemos esquecer que a vacina que estamos à procura, vai ser administrada a pessoas saudáveis. Tem der ser segura!”, reforça a investigadora do Instituto de Investigação do Medicamento.
A professora de Farmácia da Universidade de Lisboa que lidera um grupo de investigadores que também está na corrida à vacina, em colaboração com a investigadora Ronit Satchi-Fainaro do Cancer Research & Nanomedicine Laboratory da Universidade de Tel Aviv, em Israel, garante que “a segunda vaga era expectável. Já na Primavera se falava que seria expectável”. A especialista em nanotecnologia acredita que “se não tivermos uma vacina, é provável que tenhamos uma terceira vaga”, daí que seja fundamental “usar máscara porque funciona”, atesta a professora.
Helena Florindo adianta também, nesta entrevista ao Canal S+, que a “vacina da BCG tem demonstrado eficácia contra alguns tipos de cancro, mas não é claro que funcione com o SARS-COV-2”. A professora de Farmácia explica que diversos grupos de investigadores estão a “explorar a hipótese da vacina da BCG conferir alguma imunidade”, porém ainda não há evidência robusta que o justifique.
A professor de Farmácia da Universidade de Lisboa garante que o seu grupo de trabalho tem vindo a produzir “resultados promissores” na criação de uma nanovacina contra o SARS-COV-2, através de “pequenas frações de proteínas, que detetámos como imunogénicas, associadas a um fator inovador”. Neste momento, a equipa luso-israelita de investigadores, liderada por Helena Florindo, encontra-se “a caracterizar a resposta da nova terapêutica ao nível dos animais”.
A nível mundial, 198 vacinas estão em desenvolvimento, 156 encontram-se em avaliação pré-clínica e 42 em avaliação clínica (com testes em humanos), em fases diferentes – 1, 2 e 3 - que aumentam, gradualmente, a amostra de voluntários.