O deputado da Iniciativa Liberal discorda da não renovação da parceria público-privada (PPP) do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, alegando que é uma “teimosia ideológica” que vai contra os dados sobre os custos e eficiência dos serviços.
“Somos contra a isto ser feito ao arrepio dos dados objetivos sobre a eficiência de custos, a qualidade do serviço, a inovação de terapias e mesmo da opinião dos autarcas”, afirmou João Cotrim Figueiredo à Lusa a propósito da decisão conhecida hoje de que a parceria público-privada (PPP) do Hospital Beatriz Angelo não vai ser renovada.
Para o deputado do partido Iniciativa Liberal (IL), esta decisão espelha uma “teimosia, uma obsessão ideológica” que vai prejudicar os cuidados de saúde prestados às populações, e vai contra os relatórios do Tribunal de Contas, da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos do Ministério das Finanças e da administração central do serviço de saúde.
Cotrim Figueiredo lembrou o caso do hospital de Braga, cuja PPP com o grupo José Mello Saúde também não foi renovada em setembro, dizendo que estão previstos para este ano mais 50 milhões de euros de gastos e a necessidade de contratar 127 pessoas.
Para o deputado, é “inadmissível que o governo, por causa de uma obsessão ideológica, esteja a prejudicar a vida e os cuidados de saúde das pessoas”, avançando com a hipótese de chamar a ministra da Saúde Marta Temido ao parlamento e apresentar projetos de resolução numa tentativa de reverter a decisão.
A decisão de não renovar a atual parceria público-privada (PPP) do Hospital Beatriz Ângelo, gerido pelo grupo Luz Saúde, foi hoje anunciada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).
O atual contrato da PPP no Hospital Beatriz Ângelo termina dentro de dois anos e a decisão de não renovação do contrato de gestão por um prazo de 10 anos foi comunicada dentro do prazo legal.
O Hospital Beatriz Ângelo é gerido em PPP desde a sua abertura, há oito anos. O atual contrato com a Luz Saúde termina a 18 de janeiro de 2022 e até dois anos antes o Ministério da Saúde tinha de informar a entidade gestora do que pretende fazer em relação à PPP.