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Alcácer do Sal e Grândola vão ter respostas na área da saúde mental

LUSA
29-09-2020 11:28h

Os concelhos de Alcácer do Sal e Grândola, no distrito de Setúbal, vão ter respostas na área da saúde mental, através de uma candidatura que visa a criação de um centro para prevenir situações de internamento e institucionalização.

A candidatura que permitirá a criação do Centro para a Promoção da Saúde Mental “Passo a Passo”, desenvolvida pela Associação para o Desenvolvimento do Torrão (ADT), vai permitir dotar os dois concelhos do litoral alentejano de “mais uma valência social na área da saúde mental”.

“É uma resposta social inovadora, identificada através do Centro de Apoio Familiar e Acompanhamento Parental (CAFAP), que sinalizou um aumento de frequência de indivíduos que manifestavam quadros atípicos e sugestivos de doença mental, que não podiam ser acompanhados porque tinham mais de 18 anos”, explicou à agência Lusa o presidente da ADT, José Domingos.

Segundo o responsável, o projeto, desenvolvido em parceria com os municípios de Alcácer do Sal e Grândola, vai “dar resposta a uma necessidade que não existe” nesta região e procura “intervir junto de pessoas com problemas de inserção social e profissional, conflitos familiares, consumo de álcool e estupefacientes e défice de competências pessoais e sociais”.

“A ajuda existe, mas apenas em termos clínicos, através de tratamentos psiquiátricos ou da própria institucionalização. Neste caso, estamos a falar de pessoas que estão na comunidade, lidam com estes problemas e que podem ter outro tipo de acompanhamento, ao nível da psicologia e da inserção social, para normalizarem a sua vida”, explicou.

A candidatura, gerida pela Associação de Desenvolvimento do Litoral Alentejano (ADL), no âmbito do programa +CO3SO (COnstituir, COncretizar e COnsolidar Sinergias e Oportunidades), vai trabalhar em parceria com os serviços locais de saúde, centro de emprego e formação profissional, além das câmaras municipais de Grândola e Alcácer do Sal, ambas no distrito de Setúbal.

O projeto prevê a constituição de uma equipa no terreno, composta por dois técnicos na área do serviço social e da reabilitação social e de um psicólogo clínico, “com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas com estas patologias, prevenindo situações de internamento ou institucionalização”.

“Tem uma validade para três anos, mas as câmaras municipais comprometem-se a prolongar o funcionamento do centro se esta experiência provar, no terreno, que faz sentido dar continuidade a uma valência que é inovadora”, frisou.

Os responsáveis pretendem ainda que esta resposta ofereça como aspeto inovador a disponibilização na comunidade de serviços terapêuticos, no âmbito da saúde mental com uma vertente individual e familiar.

“Este projeto tem também como objetivo contribuir para o aumento da empregabilidade local de técnicos especializados e qualificados na área da saúde mental”, salientou.

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