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Covid-19: Câmara de Águeda oferece máscaras com viseira labial a surdos

Lusa
25-09-2020 16:24h

Cerca de 300 máscaras com viseira labial foram oferecidas pela Câmara de Águeda, no distrito de Aveiro, à Associação Cultural dos Surdos de Águeda (ACSA), anunciou hoje fonte municipal.

Edson Santos, vice-presidente da Câmara de Águeda, salienta que a oferta das máscaras “é um passo importante para uma sociedade cada vez mais inclusiva apoiando as pessoas com deficiência auditiva da região”, cabendo à ACSA a sua distribuição onde definirem por mais premente.

Além da entrega à ACSA, que fará a sua distribuição, a Câmara de Águeda vai dotar os serviços camarários com esse tipo de máscaras, nomeadamente o Gabinete de Atendimento ao Munícipe, para que os seus funcionários as usem “sempre que um cidadão surdo a eles recorra”.

O modelo de máscara oferecido é certificado e está dotado de uma área frontal transparente, o que permite a leitura labial, “característica importante para a comunidade surda, tanto para entender as pessoas ouvintes como para comunicar entre surdos, uma vez que na língua gestual o uso da boca para determinadas expressões é fundamental”.

“Esta oferta vem corresponder a uma necessidade muito grande, para além de ser uma medida de inclusão”, referiu António Gomes, secretário da direção da ACSA, no momento da entrega das três centenas de máscaras.

“Não temos ouvidos e agora taparam-nos a boca”, disse, alertando que a pandemia da covid-19 veio acentuar as dificuldades já existentes.

Segundo o responsável, “se já antes era difícil comunicar com as pessoas não surdas, agora com a máscara ficou impossível”.

A máscara “tornou-se mais uma barreira que distancia e discrimina”, disse, acrescentando que, com as máscaras, “agora a comunicação vai ser mais facilitada” e as pessoas com surdez “vão-se sentir menos discriminados, porque ficam “ao mesmo nível do ouvinte”.

A ACSA é a única associação de surdos da região de Aveiro, tendo 283 sócios, dos distritos de Aveiro, Viseu e Coimbra.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 984.068 mortos e cerca de 32,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.931 pessoas dos 71.156 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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