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Covid-19: PR e Governo timorenses analisam combate a entradas ilegais na fronteira

Lusa
10-09-2020 10:28h

O Presidente da República timorense reuniu-se hoje com vários membros do Governo, incluindo o primeiro-ministro, para discutir a “crescente preocupação” com a entrada ilegal de cidadãos timorenses pela fronteira terrestre.

Em comunicado a Presidência explica que no encontro com Francisco Guterres Lu-Olo estiveram o chefe do Governo e também ministro do Interior, Taur Matan Ruak, o vice-primeiro-ministro José Reis e os ministros da Defesa, Filomeno Paixão, e dos Negócios Estrangeiros, Adaljiza Magno.

Antonio Armindo, vice-ministro do Interior, disse à Lusa que nas últimas semanas entraram ilegalmente no país “mais de 160 pessoas”, tendo todas sido detidas e canalizadas para locais de quarentena.

Apesar do reforço nas patrulhas e no policiamento, com a instalação de novos postos de polícia fronteira, Armindo admitiu que continuam a ser necessários mais agentes para a região.

“Aumentámos os postos de polícia. Não revelamos o número de agentes já no terreno, por questões de segurança, mas é preciso reforçar ainda mais o apoio à Unidade Especial Fronteira (UEF)”, referiu.

Vários casos da entrada ilegal estão relacionados com membros de grupos de arte marciais que viajaram até ao lado indonésio da ilha para cerimónias de juramento e filiação neste tipo de organizações.

O jornal Tempo Timor reporta que pelo menos 14 pessoas foram detidas pela polícia em Díli, depois de terem entrado ilegalmente em Timor-Leste na última semana.

No comunicado, a Presidência da República dá conta das “preocupações” do chefe de Estado com o facto de que “vários cidadãos entraram ilegalmente no território”, causando riscos adicionais de contágio comunitário da covid-19, numa altura em que o país tem apenas um caso ativo.

Francisco Maria de Vasconcelos, chefe da Casa Civil, explicou que a reunião serviu para discutir medidas de prevenção para travar as entradas ilegais, que podem trazer riscos acrescidos para a saúde da população em Timor-Leste.

Esta preocupação foi destacada, aliás, pelo chefe de Estado aquando da declaração de renovação do estado de emergência, cujo novo período começou em 05 de setembro.

Cidadãos de qualquer país que entrem em Timor-Leste têm, obrigatoriamente, que cumprir um período de quarentena de 14 dias, em instalações do Estado ou hotéis previamente aprovados pelo Ministério da Saúde.

Recorde-se que o país continua com entradas restritas, com a fronteira terrestre a abrir para a movimentação de pessoas apenas a cada 17 dias, para controlar o número de pessoas que entra.

As autoridades timorenses continuam a expressar preocupação com o aumento crescente do número de casos na vizinha Indonésia, especialmente por considerarem que o número real de casos é maior do que o oficialmente confirmado, dada o relativo número baixo de testes realizados.

As entradas ilegais fizeram aumentar significativamente o número de pessoas em quarentena e confinamento.

Os últimos dados do Ministério da Saúde mostram que ao dia de hoje estavam em quarentena em instalações do Governo e hotéis – pagos por Timor-Leste – um total de 380 pessoas – incluindo 277 em Díli, 22 em Covalima, 58 em Bobonaro e 23 no enclave de Oecusse-Ambeno.

Em auto-confinamento estão 142 pessoas, quase todas em hotéis aprovados pelo Governo em Díli, cujos custos são assumidos pelos próprios.

Nesta altura, há 142 pessoas ainda há espera de conhecer resultados a testes à covid-19.

Timor-Leste, que está no quinto período de 30 dias de estado de emergência, tem atualmente um caso ativo da covid-19, com 26 doentes já recuperados desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 900 mil mortos e infetou mais de 27,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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